COLCHA DE RETALHOS...

"...E que minhas palavras não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor; apenas respeitadas, como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos..." (texto adaptado /O. M)

*******************************

Há quem tente controlar e /ou "mensurar" a intensidade do sentimento alheio, com um olhar um tanto quanto apressado usando de julgamentos pobres e descabidos, sobre este sentimento!

Talvez, quem assim o faz, não tenha se dado conta ainda, de que já se acostumou com as migalhas de uma "quase entrega" que insistem em lhe dizer que é amor!

Rotular, falar por aí que é "intenso" demais, ou que é um exagero, ou que é "quase nada" não seria prematuro, se não se sabe o que o outro deseja e aspira para a sua vida? Creio que todos nós temos uma história de vida...e essa história nos serve de base para irmos construindo em nós o que queremos, o que sentimos...e descobrir quem realmente somos para assim, nos permitirmos!

Penso que quando amamos alguém de verdade, nos entregamos antes de tudo, ao próprio amor - É ele quem nos conduz, e que nos move a fazer pelo outro sem nos preocuparmos em medir se é muito ou pouco...sem alimentarmos expectativas egoistas de retorno. Acho até muito dificil que uma "intimidade" além-corpo dentro de um relacionamento, surja e acrescente algo, se não for por este caminho!

Acredito que é nesse amar despretencioso, mas provido de um querer imenso que a verdadeira intimidade acontece. E o mais incrível é que nesse ínterim, a decisão de entregar-se ao amor, não é de um lado só - é de ambos os lados...mas essa decisão é voluntária e livre de quaisquer amarras, limites, imposições ou barreiras.

E quando nasce em ambos, serve de 'tranpolim" - vamos dizer assim - para o que chamamos de simbiose ou sintonia - onde estão presentes os mesmos desejos, vontades e pensamentos relacionados ao bem estar e satisfação um do outro. Neste instante é que vemos nascer a cumplicidade- essa centelha de comunicação sem palavras, própria e indispensável aos relacionamentos bem equilibrados que não precisam nescessariamente, serem postos á prova á toda hora porque nos corações ja se encontra consolidado e protegido um sentimento que vai além da consensualidade no querer mútuo, de que tudo corra bem - até o dia em que dê certo, caminharem juntos na mesma direção.

Nunca fui muito de querer mais do que a vida pudesse me dar - falo no sentido de tentar sempre o equiílibrio em meus sonhos e minhas ambições como pessoa, como mulher...Também nunca fui de querer algo sem ter a conciência de que teria que lutar para conseguir, já que neste mundo de meu Deus em que vivo, sou uma sobrevivente; e que eu me lembre - nunca conseguí lograr nenhum êxito pelos caminhos que andei, sem sacrifícios!

Cheguei á conclusão de que no amor as coisas não são diferentes...

...Por isso quando vejo alguém com um olhar apressado demais sobre os sentimentos alheios, fico imaginando, em como seria bom se esse alguém pudesse aproveitar bem mais e melhor o seu tempo, buscando mais desse dom maior, extraindo mais, deste pouco que recebe. Pois isso é deixar-se entregar ! É querer crescer em meio á precariedade, á dor.

Estive um pouco reflexiva aqui, diante de alguns fatos e vi que entregar-se ao amor verdadeiramente é disponibilizar-se a ele ... é como tecer uma colcha de retalhos...onde os tais retalhos mesmo frágeis e aparentemente sem nenhuma serventia, são cuidadosamente postos um a um - costurados, ligados e dispostos em seus devidos lugares com uma vontade imensa de que jamais saiam, se desorganizem, dentro de um tempo chamado "agora" - onde o mais importante é que a mesma, seja concluída com o zelo, com a dedicação e o cuidado, merecidos...

Á primeira vista, uma colcha sem maiores atrativos, mas de valor ininarrável...

...Certamente essa colcha fará um bem danado a quem tiver a sorte de possui-la...

....e deixará, uma saudade boa em quem (ainda que por pouco tempo) puder dela usufruir!

*****************

( Janet Fernandes - 06/05/2013)

*** e que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim, é amor...e a outra metade: Também! ( Oswaldo Montenegro)

JANET FERNANDES
Enviado por JANET FERNANDES em 06/05/2013
Reeditado em 07/05/2013
Código do texto: T4277658
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.