O bar número um, o original.

Há muito tempo, existiu um bar diferente, suas bebidas eram feitas de extratos de sentimentos, e tinha 4 tipos de bebidas: Amor, Maldade, Inspiração e Tristeza.

Todo o tipo de gente frequentava aquele lugar, desde o mais sublime poeta, até o mais vil assassino.

Naquele bar, só existia duas regras, que estava pregada em um quadro de madeira na parede, e elas diziam o seguinte:

1° Nunca misture dois ou mais sentimentos no mesmo copo.

2° Só beba os sentimentos que condizem com o seu estado de espirito.

E é nessas duas regras, que a história de 4 pessoas serão contadas. E elas começam assim...

O barman do estabelecimento, trabalhou ali por muitos anos, mas sempre com a mesma questão martelando em seus pensamentos: e se eu misturar as bebidas, o que acontece ?

Foi quando a oportunidade de testar a sua questão apareceu. Naquele noite ele comandava o bar sozinho, o dono precisou sair para resolver um problema urgente.

Nisso, veio um jovem apaixonado, que por não ter o amor correspondido, se embriagava de amor. O jovem pediu uma dose de amor, porém o barman misturou com o amor, maldade; e o jovem adorou aquele novo sentimento, um calor tomou conta do peito dele e ele se imaginou matando o seu grande amor, e isso lhe trouxe contentamento, uma espécie de alívio, pois agora, ninguém poderia tê-la. O barman, percebeu que um novo sentimento fora criado, resolveu chama-lo de raiva.

Como de costume, chegou o poeta, e pediu a sua dose habitual de inspiração, só que dessa vez, o barman misturou a inspiração com o amor . O poeta bebeu, e sentiu os olhos brilharem e o coração palpitar, um novo tipo de poesia seria criado naquela noite, e o mais sublime dos poemas de amor foi criado naquela noite.

O assassino, percebendo as diversas reações das pessoas ao beber as bebidas, pediu uma dose de maldade. O barman é claro lhe serviu, mas misturou maldade com tristeza, o assassino bebeu, e como se houvesse recebido um tiro, um novo sentimento o arrebatou, ele não sabia que esse sentimento era chamado de remorso, tudo o que ele sentia no momento era um vazio dentro de si, e para onde olhava via os rostos de todas as suas vítimas e começou a sentir mal por ter tirado tantas vidas.

O barman, percebendo que cada vez que ele misturava os sentimentos, as reações eram completamente distintas das costumeiras, ficou muito intrigado e resolveu misturar todos os sentimentos e beber para provar também, e assim ele o fez.

No primeiro gole, ele sentiu como se tivesse bebido uma bola de fogo, não sentiu nenhuma emoção diferente, por isso repetiu a dose, só que nada, colocou dose dupla e bebeu.

Então em um lance muito rápido, sentiu uma explosão de sentimentos. Era tanta emoção que ele mal conseguia andar, e foi cambaleando para frente, tentou falar, mas a língua não correspondia, começou a se frustar, sentou no chão e ali mesmo durmiu.

Foi quando o dono do estabelecimento chegou e viu a seguinte cena: um garoto blasfemando contra a sua amada, um escritor vivendo o ápice de sua inspiração, o assassino chorando no canto e o seu funcionário, durmindo no chão envolto em uma pilha de vômito.

E então ele pensou, eles descobriram a cachaça.