Viver é uma linha tênue para a loucura
Acredito que o mundo tem várias funções. Dentre elas, tentar te deixar maluco. E como a vida já é não muito boa das ideias, basta um pulo e de pessoa calma você se torna um paranoico.
Ligue a televisão. O que você vê? Várias empresas tentando te provar que aquele produto, site, loja – seja lá o que for – é algo para se ter. A melhor coisa que você já viu em sua vida. Se você não consegue discernir o que serve e o que não serve... Sabe o que acontece, né? Você pira.
As benditas redes sociais... Nossa, essas espalham tudo. Ontem eu estava buscando preços acessíveis de livros em uma página e daqui a pouco outra página me redireciona para um site em que uma mulher foi decapitada. Essa página me faz voltar ao Facebook e por culpa da minha curiosidade assistir o vídeo. Só para no fim eu pensar: “Por que eu assisti essa droga? Não acrescentou nada na minha vida”. E dormir com a mão no pescoço, afinal, imagens assim me traumatizam. Faltou pouco para a loucura. Nem preciso explicar direito, né.
O colégio... Nossa, o colégio foi feito para estudar. Mas todos sabem, tem gente que vai fazer tudo lá... Exceto estudar. Alguns querem lançar tendências, outros humilham o colega mais próximo gratuitamente. Há também os quebradores de portas de banheiros, sempre causando confusão – isso porque quase nunca descobrem o culpado pelo vandalismo. Então, chega a seguinte reflexão: “O que se deve fazer nesse lugar, hein”? Um descuido e repentinamente você se encontra ruim da cabeça.
E o fato de viver? Esse já basta. Quando você diz: “Sou feliz por estar acima do peso, gosto da minha religião, quero ter tal profissão, meu ritmo musical favorito é esse”... Ah, um indivíduo chega e quer arrancar todas as suas crenças e gostos. Diz que você precisa emagrecer, que a religião dele – uma diferente da sua – é a única que vai te salvar, que não deve pensar em exercer tal profissão para não passar fome, que as músicas que você escuta são um lixo.
Há mil e um motivos que são capazes de te arrancar da “sã consciência” para a “loucura total”. Agora, porque nem todos são loucos? Parece uma resposta difícil, mas não é. É que de vez em quando ou de vez em sempre uma parte da população mundial não se importa com o pensamento alheio, muito menos com a opinião alheia. É o fato de não se importar, que diminuiu as chances da loucura.
Quem não se importa com o que não lhe interessa, diz “olá” para a felicidade todos os dias. Pena que a maioria não sabe disso e quando sabe... Não exercita a autoconfiança. Manicômios ficariam menos lotados. O número de depressivos diminuiria gradativamente. E “uh lá lá”, todos seriam mais felizes.