De Repente… 50
MATURIDADEÉ assim. De repente você acorda, olha o calendário e se dá conta que “os 50 chegou”. Quer dizer, está chegando. O estranho é que ainda não me sinto “uma cinquentona”. Parece que a nova idade ainda não combina comigo.
MATURIDADEA imagem no espelho, apesar de já refletir alguns (vamos minimizar) inconvenientes não corresponde a imagem que a menina da roça imaginava para si mesma quando essa idade chegasse. Reconheço, no olhar quase sério, na pele já marcada pelo tempo, nas rugas e naqueles fios brancos, que o amadurecimento está a caminho, na reta de chegada - esse sim cai bem, desculpem a modéstia. Deve ser coisa da idade!
MATURIDADEMas, aqui dentro de mim ainda vive aquela menina de sempre. Restos de sonhos não realizados misturam-se aos novos sonhos que vão surgindo todo dia. Muitos planos, ideias novas e outras nem tanto, se projetam numa profusão que me faz perceber que só uma eternidade seria suficiente para realizar tantas coisas.
MATURIDADEFala-se tanto sobre a chegada da maturidade e suas vantagens que estou animadíssima para descobrir os encantos desta nova fase. O lado negativo já conhecemos de longas datas: decadência do corpo, problemas de saúde, estigmatização da sociedade, invisibilidade social, mas, sejamos sinceros, isso tem em todas as idades, então “o negócio” é procurar ver que não é só isso, que tem muita coisa positiva.
MATURIDADEAssim como não temo a morte, também não temo a velhice, portanto, vou procurar enxergar as vantagens de envelhecer, afinal com esta idade já nos sentimos mais seguras. A autoconfiança e a liberdade nos permitem não prestar tanta atenção a opinião dos outros sobre nós.
MATURIDADESou senhora de meu destino e isto me confere um pouco mais de autonomia. Talvez a maturidade me traga um pouco da sabedoria que tanto busco. Acho até que hoje vou dormir mais cedo. Quero estar bem acordada para receber esta senhora de 50 anos (meu Deus, 50 anos equivalem a meio século!) que me visitará amanhã e passará a ser minha hóspede. Espero que ela não seja muito ranziza, pois a menina, aquela que nunca me abandonou, continua muito brincalhona e não quero ter que mediar conflitos entre elas.
MATURIDADEEstou curiosíssima para saber o que os próximos 50 anos me trarão. Seja bem-vinda senhora maturidade!