O Toque de Midas
O rei Midas, personagem da mitologia grega, era um homem muito rico, mas extremamente avarento e ganancioso. O seu maior sonho era ser o dono toda a riqueza do mundo. Este recebeu de Dionísio, deus Baco, o poder de transformar em ouro tudo o que ele tocasse. Esse presente, logo, revelou-se uma maldição; pois, todo alimento em que ele tocava se tornava em ouro. Para seu maior desespero, até sua própria filha tornou-se também uma estátua de ouro.
Essa história, cuja aplicação é presente e atual; serve para mostrar-nos que a ganância torna em maldição o que poderia ser bênção.
Ser rico não constitui, em si só, um mal; contudo, ser ganancioso, avarento, injusto, desleal e explorador de recursos e trabalhos alheios para adquirir e manter a riqueza revela uma gritante e insana inversão de valores.
Outro problema que revela a mesma inversão de valores é a busca de valores pecuniários em detrimento; isto é, em prejuízo, aos valores imateriais, espirituais e eternos; como o amor, a misericórdia, a bondade, a generosidade e a paciência. Isso significa que o enchimento dos cofres implica o esvaziamento da alma das virtudes divinas e humanas.
Esse processo é silencioso e sutil como uma serpente que, rastejando entre o ser humano, envenena-lhe a alma, corrompe-lhe a mente e o expulsa do paraíso.
Diante desse antigo problema, o apóstolo Paulo nos advertiu: Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores; (I Timóteo 6:7-10).