UMA BOLADA INVOLUNTÁRIA NO ROSTO
Apesar ter carro, CNH e muito tempo, diariamente prefiro ir andando ao supermercado, casa lotéria, açougue do bairro onde moro. Principalmente para fazer um pouco de exercício, obedecendo as orientações médicas. Isso mesmo. Como levo uma vida sedentárias e sou sexagenário, acho muito louvável, justo e bom agir assim, mesmo contrariando a minha esposa que insiste muito para eu dirigir um pouco para pegar prática. Sempre desconverso quando o assunto é dirigir. Reconheço que gastei dinheiro com a carteira de habilitação só para ter mais um documento, pois prazer mesmo em dirigir não tenho. Pelo o contrário, sinto mesmo é ojeriza.
Como estava dizendo,todo o dia saio do meu apartamento e vou andando pelas ruas do meu bairro. De vez em quando, durante este pequeno percurso cotidiano sempre me deparo com algum fato interessante que serve de tema para alguma crônica. Como neste caso de hoje. Vamos ao que realmente aconteceu comigo recentemente.
Na rua onde moro, talvez por falta de espaço e opção a garotada costuma improvisar alguma atividade com bola na área interna do prédio. E quando isto ocorre, por descuido ou não, sempre a bola cai na calçada ou na rua adjacente e então passa ser aquela correria para pegá-la ou então pedir o favor de algum transeunte. E como é uma questão de gentileza, não custa nada sempre quando isto acontece, alguém devolver a bola à molecada que logo agradece. E sem querer me enaltecer de uma atitude gentil assim, coincidentemente, isto acontece muito comigo.
Certa ocasião, ao perceber uma bola cair, pensei com os meus botões: vou fazer mais este favor. Não custa nada. Só que, neste ínterim, um garoto saiu rápido pelo portão e ao devolver a bola com os pés, acertou-a bem no meu rosto no momento em que eu ia passando. Assustei-me, não vou negar. Porém, mais assustado ficou o garoto com aquela sua atitude involuntária, o qual apenas murmurou: "desculpa aí, tio!".
Fazer o quê? Desculpei-o e segui o meu caminho e agradecendo a Deus por aquela bolado no rosto não ter quebrado os meus óculos ou provocado algum acidente mais sério. E pensei mais uma vez: "Deus escreve mesmo direito por linhas (bolas?) tortas!"
Joboscan