Casa de vó

Uma segunda mãe, um segundo lar. Casa de vó é sempre uma doçura, uma forma de alegrar o dia de quem vive só, açucarar a vida daquele que está sujeito a desolação. A descrição é perfeita, um leito para o romântico, o amadurecimento das convicções humanas e suas peripécias. É o lugar que faz o mundo ainda valer a pena.

Pode ser no frio, junto à neve escorrendo pela chaminé, ou ser calor, à frente de uma praia à céu azul e com coqueiros que arrefecem a dor de cada indivíduo. Seja como for, até Raul Pompéia escreveria “ O Ateneu “ com menor angústia ao se desinibir em ingenuidade de avó, sem a lascívia dos sexos contemporâneos.

Entre o portão e o quintal já se deduz um singelo ar de compaixão. Ao entrar pelos fundos, chocolate e mais doces, saudáveis para a alma, alarmam coração humano, em batimentos propensos ao encontro familiar. Uma verdadeira pompa.

Quando criança, bradava com ternura ao encontro de minha avó. Sempre, lembro-me até hoje, pois os grandes se lembram, alternava os passos, deixando-os com marca na garagem velhota, até, decorrente do amor, esmorecer nos braços de dona Rita – minha avó, meu escudo.

Não obstante de caráter antigo, são os avós que rejuvenescem o mundo.

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Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 03/05/2013
Código do texto: T4272734
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