QUEM SERIA EU, SE EU NÃO FOSSE EU?
Se eu não fosse eu, talvez eu fosse um nada flutuando no éter cósmico, um zero à esquerda em um número infinitesimal, uma charada jamais descoberta. Então eu fico a imaginar quem seria eu, se pudesse não ser eu...
Poderia ser Jacqueline Kennedy, que foi também Onassis, uma mulher chic e de gabarito. Mas será que eu teria sua postura frente às escapadelas do Presidente? Quem sabe Fernanda Montenegro, a grande dama do teatro brasileiro, uma mulher que assume com categoria a idade, sem se tornar uma caricatura de botox e plásticas. Mas eu não sei representar. Meu forte é ficar incógnita, só escrevendo. Buscando no passado longínquo, ser D.Leopoldina, a princesa de fibra, forte, inteligente que, na pseudo fraqueza atribuída às mulheres da época, foi a grande responsável, mesmo nos bastidores, por conduzir e modificar os destinos do Brasil. Quem sabe Angelina Jolie e provar, na prática, que uma família se constrói com a solidariedade livre de preconceitos, que o amor quando não tem fronteiras e nem barreiras íntimas, tudo pode.
Grandes mulheres à parte, eu poderia ser qualquer mulher, da grande maioria, que trabalha e constrói a família e o País batalhando o dia-a-dia, exercendo os diversos papéis que a nova mulher carrega em si. Essa sou mais eu, porque não é a fama que mostra o valor de uma mulher. É o papel que ela assume, notável ou silencioso, na sociedade como um todo. Posso continuar citando milhares de nomes e sempre vou tropeçar no quesito personalidade. Assim como as aqui citadas têm seu quesito próprio de ser e de agir, assim também sou eu. Portanto, continuo sendo eu. Com qualidades e defeitos, mas eu!