Toma lá dá cá.
Na chácara que faz divisa com a minha, mora um casal idoso, ela se chama Lurdes, dele não sei o nome, nunca o vi,sei apenas que existe.Eles tem um cachorro que é uma “figura”,preto apenas a boca é branca, parece que tem bigode branco, uma orelha em pé outra caída,mas simpático como ele só.
D.Lurdes é uma polonesa gorduchinha, com olhos de um tom azul mais lindo que já vi,quadril largo e perninhas curtas,parece saída de um filme.
Pela manhã ela coloca um lenço amarrado sob o queixo e um chapéu de palha de abas largas,pega a enxada e começa a carpir a horta,aparar a grama,dar comida para o cachorro, outro dia estava agachada na beira da estrada tirando mato com as mãos.Calculo que ela deva ter uns setenta e tantos anos.
Quando me vê, me cumprimenta gritando dzién dobry (bom dia,o som é mais ou menos dgindóbrrre)abanando a mão, toda sorridente me chama para que me aproxime da cerca, ela adora conversar.
Atendo seu chamado,mas antes, pego uns dois bombons ou algum doce que fiz para dar-lhe,em troca ela sempre me entregue alguns limões que ela chama de citrina,chuchu, ou qualquer outra verdura da sua horta.
Ela fala com forte sotaque polonês, gosta de me contar um pouco de sua vida,e eu amo ouvi-la.
Fala principalmente de quando era criança e veio para o Brasil com os pais,irmãos,avós e tios.O dinheiro que o pai trouxe deu apenas para comprar um pedaço pequeno de terra que tinha mais pedras do que terra,com uma casa caindo aos pedaços.
Aqui trabalhou demais no campo retirando as pedras para depois plantar batatas (ela chama de gimniaki),acordava de madrugada para ajudar o pai.
Diz que comeu por muito tempo apenas pão com banha,o pão a mãe fazia e a banha era a única coisa que conseguiam comprar,mas logo conseguiram melhorar de vida e com muito sacrifício compraram uma vaca.Principiaram então a fazer queijo,manteiga,mas era difícil vender por que todos que moravam por aqui faziam o mesmo,então comiam batatas com coalhada e pão com banha!
Hoje diz que vive no paraíso, está casada a muitos anos,não teve filhos,mas criou um rapaz que se mudou para a Polônia, vem visita-la apenas uma vez por ano.
Ela diz que vai me contar sobre seu casamento. Foi lindo! Com direito a carroção e cavalos enfeitados de flores, a festa durou três dias!
Do mesmo modo que me chama se despede, no meio de um assunto. Ela simplesmente diz até logo, vira as costas e vai embora, me deixando “plantada” junto a cerca!
No começo achei estranho, mas logo me acostumei. Estou começando a gostar dessa velhinha meio maluca, e ainda mais de suas histórias...
Esse toma lá da cá que tenho com ela, me deixa ansiosa e na expectativa do próximo episódio real além de descobrir aos poucos o significado de algumas palavras de seu idioma em português.
Nunca imaginei que iria aprender “a força” algumas palavras em polonês...
É este mundo dá voltas!!!!!!!
M.H.P.M.
Na chácara que faz divisa com a minha, mora um casal idoso, ela se chama Lurdes, dele não sei o nome, nunca o vi,sei apenas que existe.Eles tem um cachorro que é uma “figura”,preto apenas a boca é branca, parece que tem bigode branco, uma orelha em pé outra caída,mas simpático como ele só.
D.Lurdes é uma polonesa gorduchinha, com olhos de um tom azul mais lindo que já vi,quadril largo e perninhas curtas,parece saída de um filme.
Pela manhã ela coloca um lenço amarrado sob o queixo e um chapéu de palha de abas largas,pega a enxada e começa a carpir a horta,aparar a grama,dar comida para o cachorro, outro dia estava agachada na beira da estrada tirando mato com as mãos.Calculo que ela deva ter uns setenta e tantos anos.
Quando me vê, me cumprimenta gritando dzién dobry (bom dia,o som é mais ou menos dgindóbrrre)abanando a mão, toda sorridente me chama para que me aproxime da cerca, ela adora conversar.
Atendo seu chamado,mas antes, pego uns dois bombons ou algum doce que fiz para dar-lhe,em troca ela sempre me entregue alguns limões que ela chama de citrina,chuchu, ou qualquer outra verdura da sua horta.
Ela fala com forte sotaque polonês, gosta de me contar um pouco de sua vida,e eu amo ouvi-la.
Fala principalmente de quando era criança e veio para o Brasil com os pais,irmãos,avós e tios.O dinheiro que o pai trouxe deu apenas para comprar um pedaço pequeno de terra que tinha mais pedras do que terra,com uma casa caindo aos pedaços.
Aqui trabalhou demais no campo retirando as pedras para depois plantar batatas (ela chama de gimniaki),acordava de madrugada para ajudar o pai.
Diz que comeu por muito tempo apenas pão com banha,o pão a mãe fazia e a banha era a única coisa que conseguiam comprar,mas logo conseguiram melhorar de vida e com muito sacrifício compraram uma vaca.Principiaram então a fazer queijo,manteiga,mas era difícil vender por que todos que moravam por aqui faziam o mesmo,então comiam batatas com coalhada e pão com banha!
Hoje diz que vive no paraíso, está casada a muitos anos,não teve filhos,mas criou um rapaz que se mudou para a Polônia, vem visita-la apenas uma vez por ano.
Ela diz que vai me contar sobre seu casamento. Foi lindo! Com direito a carroção e cavalos enfeitados de flores, a festa durou três dias!
Do mesmo modo que me chama se despede, no meio de um assunto. Ela simplesmente diz até logo, vira as costas e vai embora, me deixando “plantada” junto a cerca!
No começo achei estranho, mas logo me acostumei. Estou começando a gostar dessa velhinha meio maluca, e ainda mais de suas histórias...
Esse toma lá da cá que tenho com ela, me deixa ansiosa e na expectativa do próximo episódio real além de descobrir aos poucos o significado de algumas palavras de seu idioma em português.
Nunca imaginei que iria aprender “a força” algumas palavras em polonês...
É este mundo dá voltas!!!!!!!
M.H.P.M.