"A Liberdade guiando o Povo"

Talvez uma das mais famosas telas de todo o mundo, “A Liberdade guiando o Povo”, do romântico pintor francês Eugène Delacroix (1798-1863) seja um símbolo eterno do conhecimento coletivo.

Pintada em 1830, com cores vivas, característica do artista que era conhecido por usar em média 25 cores na sua palheta, jamais perderá sua expressão de luta e glória. Os dias atuais estão a clamar que a jovem deusa, forte e grande, tendo uma bandeira numa das mãos e um fuzil com baioneta em outra, seios desnudos e face destemida, conduza o povo que necessita se libertar da opressão e da tirania. Pobres e ricos marcham juntos. Delacroix pintou a bandeira francesa sendo carregada na mão direita do grande símbolo. Fosse hoje, a representação seria difícil, já que os poderosos ocuparam quase todos os tronos do planeta.

Aos pés descalços, jazem cadáveres e agonizam feridos ensanguentados na luta, demonstração clara que não se consegue liberdade sem agonia. O esfumaçado da tela não é o conhecido recurso técnico da pintura, mas os gases produzidos pela pólvora.

Foi a realidade de uma época, e continua sendo de hoje, quando a tirania não educa seus jovens, não trata do seu povo, furta descaradamente os cofres das nações de uma Terra que vai sucumbindo, de uma Terra que vê seus valores maiores sendo destruídos. De uma Terra que não suporta mais desmandos.

Poucas. São muito poucas terras deste Mundo que não necessitam “A Liberdade guiando o Povo” mostrada numa sala especial do Museu do Louvre, mas que na realidade deve estar presente nas ruas, praças e avenidas destes países tão insanos!