M A I O



Encabulado,foi se chegando numa quarta feira.Meio sem graça , despido do azul que lhe é peculiar,foi se esquivando num abraço cinzento de céu.
Não fora a roseira à minha janela,o cinamomo semi nu no quintal vizinho e eu faria o meu desjejum sem ao menos tomar conhecimento de sua chegada.
Enfim...” M a i o”!
Maio de revoadas itinerantes...
Maio de aragem fria, de árvores despidas albergando pássaros...
Maio das rosas.(As rosas de maio! ) Que são de Maria,de Luízas e Lourdes, de todas as mães,de todas as noivas.
Maio dedilhando com suavidade a harpa do tempo.
Maio uma doce canção aguçando chamegos,trazendo aconchegos...
Maio reavivando as chamas (quase apagadas) de tantos amores.
Maio varrendo em calçadas os restos de abril...Entoando ao vento canções de outono.Sim!( inda brotam marcelas à beira da estrada).
Maio: Conselhos de ternura aos frios corações dos homens...
Homens reflexivos ,atentos,aquecidos à conselhos de maio.
Maio ditando a poesia da vida.
Homens copiando versos...
E assim,desajeitado com aquele que sou,servirei café aos meus fantasmas que ,adormecidos,nem se deram conta de que ele chegou.
A rosa colhida à janela certamente lhes dirá o recado de maio.