O canto do pau.
Por Carlos Sena
Talvez pelo viés de Sociólogo que sou por formação, sempre fico “de butuca” acerca de expressões populares. Outro dia me deparei escrevendo sobre “encangar grilo” – expressão utilizada no Nordeste para significar preencher o tempo. Agora me deparo na divagação do “Pau” – palavra que associada a outras tem significados variados. Gosto de ouvir, nos noticiários policiais quando se diz “o pau cantou” – referência às cacetadas que geralmente os repórteres dizem quando querem sugerir que houve violência por parte da polícia. Assim, o “pau” não obstante suas conotações erótico-sexuais se presta muito bem a outras intervenções vernaculares. Assim, o pau vai cantando, ora no sentido de cacete, de violência, ora no sentido até certo ponto enaltecedor como quando se diz que o jogo do time preferido foi pau, ou seja, foi bom, apesar do cacete do adversário. Muitas vezes se dizem que “o pau vai cantar” na reunião com o diretor. Como se vê, o pau canta e o pau quebra e isso vai se tornando cheio de rumores, caso os interlocutores não entendam as peculiaridades do “pau que canta ou do pau que quebra”...
Fico proseando acerca disso, mas ao mesmo tempo querendo compreender as origens dessas colocações tão ricas em simbolismos populares. Populares, principalmente porque o “pau” não só canta, mas é “quebrado” e ainda serve para sugerir aspectos masculinos do falo. De falto, numa noite de amor e muito sexo, daquelas que geralmente acontecem no auge da nossa juventude, dizer à mulher (ou mulheres) que você vai introduzir o seu falo é horrível. Certamente que fica mais a caráter dizer que vai meter o pau... Nesse caso, o pau nem canta nem quebra, ou até pode ser os dois concomitantemente. De repente termina sendo os três: o pau que canta ser também o que quebra e, igualmente, o que serve de supremacia masculina na hora do “vamos ver” com as mulheres...
Assim, fico “viajando” no canto do pau. Como teria ele adquirido essa consistência prosaica na vida das pessoas? Em que tons teriam ele, o pau, cantado? Em que noitadas, em que festas, em que bares, em que serestas? Por que se diz que o pau é santo ou não é santo, mas obra milagre? Será por conta dos santos do pau oco?
Por Carlos Sena
Talvez pelo viés de Sociólogo que sou por formação, sempre fico “de butuca” acerca de expressões populares. Outro dia me deparei escrevendo sobre “encangar grilo” – expressão utilizada no Nordeste para significar preencher o tempo. Agora me deparo na divagação do “Pau” – palavra que associada a outras tem significados variados. Gosto de ouvir, nos noticiários policiais quando se diz “o pau cantou” – referência às cacetadas que geralmente os repórteres dizem quando querem sugerir que houve violência por parte da polícia. Assim, o “pau” não obstante suas conotações erótico-sexuais se presta muito bem a outras intervenções vernaculares. Assim, o pau vai cantando, ora no sentido de cacete, de violência, ora no sentido até certo ponto enaltecedor como quando se diz que o jogo do time preferido foi pau, ou seja, foi bom, apesar do cacete do adversário. Muitas vezes se dizem que “o pau vai cantar” na reunião com o diretor. Como se vê, o pau canta e o pau quebra e isso vai se tornando cheio de rumores, caso os interlocutores não entendam as peculiaridades do “pau que canta ou do pau que quebra”...
Fico proseando acerca disso, mas ao mesmo tempo querendo compreender as origens dessas colocações tão ricas em simbolismos populares. Populares, principalmente porque o “pau” não só canta, mas é “quebrado” e ainda serve para sugerir aspectos masculinos do falo. De falto, numa noite de amor e muito sexo, daquelas que geralmente acontecem no auge da nossa juventude, dizer à mulher (ou mulheres) que você vai introduzir o seu falo é horrível. Certamente que fica mais a caráter dizer que vai meter o pau... Nesse caso, o pau nem canta nem quebra, ou até pode ser os dois concomitantemente. De repente termina sendo os três: o pau que canta ser também o que quebra e, igualmente, o que serve de supremacia masculina na hora do “vamos ver” com as mulheres...
Assim, fico “viajando” no canto do pau. Como teria ele adquirido essa consistência prosaica na vida das pessoas? Em que tons teriam ele, o pau, cantado? Em que noitadas, em que festas, em que bares, em que serestas? Por que se diz que o pau é santo ou não é santo, mas obra milagre? Será por conta dos santos do pau oco?