Incógnita das intensidades humanas

“Hoje eu parei para ver raiar o dia, que alegria; Segui em cautelosos passos, para a montanha vazia, mais que euforia; Desbravei minha própria alma, tentei ser mais calma, corri e me perdia; Em meio á tanta... tanta magia.”

Eu nasci, eu cresci e provavelmente eu vá morrer como qualquer outra pessoa. É o ciclo da vida. Precisamos existir, para que logo tornamo-nos meras lembranças. “Do pó viemos, ao pó voltaremos”. E desta maneira que o barco corre e percorre os mares alheios. Como o tecer de uma teia ou o sacrifício pelo alimento. É digno, é sábio, mas é tão taxado á racional, que ignorante ficamos. Lamentamos o que deixamos passar por medo e reclamamos do que permitimos ficar. Desistimos das lutas por nossa fraqueza, quando almejávamos a grandeza. Notávamos as falhas, mas não nos colocávamos em malhas. Fugíamos das responsabilidades, porém buscávamos toda a felicidade. Estes fomos e somos nós seres humanos, contraditórios e ambíguos em seus próprios gestos e ações. Uma escolha não é suficiente. E o medo nos faz incompetentes. A cada virada, infelizmente cabe a nós darmos valor á àquilo que amamos, apenas quando nossas percepções indagam a possibilidade da perda. É algo irracional. Nem sempre nossas perspectivas estão diretamente ligadas á aquilo que nos faz bem ou então, nossos ideais nos desprendem da cobiça pela razão. Fazemos-nos descrer na felicidade, por acreditarmos que encontraremos nossas soluções em meio aquilo que anelamos. Sendo que - na maioria das vezes - a felicidade acontece junto do acaso.

Tais como um abraço apertado, um beijo na testa, um aperto de mãos, uma palavra de conforto quando em prantos estamos ou até mesmo, um gesto de amor, de apreço e carinho. Um saudável diálogo, uma música, uma reflexão. Os poemas, prosas e poesias. A leitura e a escrita. A divindade e a sabedoria. A divisão de ideais, a junção de sentimentos. O companheirismo e a lealdade sejam de dois, três ou apenas de ti mesmo para consigo. E isso independe. Afinal, pode acontecer de imediato vindo de alguém que não conheces ou de alguém que convive á anos. E mesmo que tudo esteja planejado, ainda assim, as ações imprevistas podem nos causar precipitadamente uma tensão, porém ao mesmo tempo nos surpreender. E de fato, o que importa, dentre todas as demonstrações de afeto, de todas as relações humanas e os fenômenos ocasionais, é o eficaz modo em que pessoas singelas das nossas vidas, que partilham ou não momentos conosco, nos colocam em foco, alguns pensamentos pessoais. "Porque não tento sorrir mais? Porque não brindo á exatidão da vida? Porque não me esqueço dos erros passados e tento crescer progressivamente? E porque não tento vivenciar cada momento com toda a intensidade possível?". Não se trata apenas de uma maneira de ser e agir. E sim de como encarar a vida. Apesar de todas as ambições e todas as desconfianças remediadas em relação aos outros, devemos ter plena certeza que bons humanos, boas ações, boas escolhas ainda existem. E conforme nossos pensamentos moldarem-se para com a bondade totalitária, o mundo mudará em prol a mim, aos meus filhos e aos humanos que tanto tenho afeição.