As Rosas Sofridas Cap, IV
Afinal ele não é um louco, um desequilibrado, ou ainda um desclassificado. Era o seu marido apesar de tudo, mas não era obrigada a viver com ele, se as coisas continuassem assim; não tinha medo dele, podia enfrentá-lo da maneira que ele quisesse, até corpo a corpo se assim fosse necessário, ou então voltaria para casa e tinha certeza de que ele não poderia obrigá-la a ficar a força. Não era tão longe, e depois poderia achar socorro bem mais perto de que ir para sua casa, e depois ela não acreditava que ele deixasse chegar a este ponto, mesmo por que ela não era uma desvalida. Munida deste ânimo pensou: vou esperar os acontecimentos. Não vou fugir, afinal sou uma Mariani, e como todas as mulheres da minha família nunca fugiram de situação fosse ela qual fosse! Vou dar tempo ao tempo, quero ver até aonde ele quer chegar não me humilharei a tanto, fugindo. Ela ficou olhando para a casa e pensando: Na última vez que estivera aqui, a casa estava mal cuidada, mas agora estava muito bonita. Ela muito grande e tinha em toda volta calçada com seis degraus mais tarde ela veio saber o motivo. Quando o rio enchia, inundava tudo, poderia entrar água na casa se não fosse alta. Muitas vezes era obrigado a sair de casa de barco. E esta enchente durava até um mês. Por este motivo esta fazenda foi trocado o nome de São Roque para "Veneza". Mas, diga-se de passagem, era uma coisa linda. Quando era tempo da enchente, juntava as águas do rio com as águas da Lagoa Grande, que formava atrás da casa grande, na manga grande de pasto. Esta era uma reserva de pasto para as vacas paridas de novo, e para o gado de corte para uso da fazenda.
Mas neste momento o seu pensamento voltou
para o episódio de momentos atrás. Ela se lembrou da voz do marido que ainda reboava nos seus ouvidos, uma vós vinda do seu amado, tão gentil, tão educado, e não conseguia acreditar que era verdade.
"Aqui o único galo que canta é eu" Por que será que ele disse isso, e principalmente olhando para ela. Seria uma mensagem? Mas por que tudo isso?
Mas em seguida ele se comportou como se nada tivesse acontecido. Com vós calma mandou-a entrar e começou mostrar os móveis que tinha comprado. Perguntou se ela tinha gostado. Ela apenas acenava com a cabeça afirmativamente, por que a vós não lhe saía da garganta mais não que estivesse com medo, mais por que não estava com vontade de conversar. Foram de cômodo em cômodo, ele sempre gentil como aquele Josias que ela havia se casado, e isso a confundiu. Quando chegaram na cozinha ele disse: - Faz um cafezinho para nós antes de começar fazer o jantar!
Dona Rosa perguntou: - O que você falou? Eu preparar o jantar?
- Claro, disse ele: Quem deveria de ser a não ser você. Não quer que eu faça, pois não? Ou você não sabe?
- É claro que eu sei, e você sabe disso.
- Mas é por isso que eu estou mandando você fazer o jantar, por que eu sei que você é uma boa cozinheira. Não foi para nada que o seu pai lhe pagou um curso de arte culinária. Alguma coisa você aprendeu... Então o que está esperando?
Dona Rosa entrou na cozinha, não encontrou água, então ela disse.
- Não tem água!
- Não tem água?
Mas o rio é tão perto, vai buscar um pouco. Ela apanhou uma vasilha e foi buscar água na fonte. Quando chegou, não encontrou nada para fazer o café. Com custo encontrou uma chaleira de ferro, mas como fazer o café se não tinha fogo. Então ela disse: Josias, não tem fogo.
- É claro que não tem. Não tinha ninguém aqui, como é que você queria que tivesse um fogo aceso, acende o fogo ora!
Naquele momento Dona Rosa queria morrer, Tinha vontade de chorar. Mas seria a última coisa que pensava era chorar. Controlou-se e pediu: - Empresta-me um fósforo!
Josias disse: - Não tenho fósforo, na prateleira tem um binga de artifício, use - o
Na verdade ela nem sabia o que era, mesmo assim ela procurou alguma coisa que servisse para acender fogo.
Numa das prateleiras havia um objeto que ela já havia visto com os matutos do lugar, mas não tinha a menor ideia de como usá-lo, o que fará acender um fogo com aquilo. Mas o seu orgulho era maior do que a sua ignorância no assunto. Pegou aquilo e ficou estudando como usá-lo, mas não tinha muito tempo. Teria que prepara o jantar como o Josias dissera. Não conseguindo, teve que se render diante dos fatos: ela não conseguia, mesmo por que não é todo homem que consegue tirar fogo de artifício, precisa ter muita prática. Lamentavelmente teria que pedir ajuda a ele.
O que fazer agora, então procurou outra coisa. Quem sabe encontraria um fósforo, mas não teve sorte, mas no lugar onde estava o binga; havia uma pedra. Então Dona Rosa se lembrou de que havia visto alguém usando aquilo.
Faltava esta peça, mas de qualquer maneira ela não conseguia, porque para tirar fogo daquela coisa requeria muita prática. Então ela o chamou e disse que não conseguia. Então Josias perguntou pela lenha. - Como você vai acender um fogo sem lenha? Dona Rosa perguntou onde estava a lenha; Josias disse-lhe, vai ali naquela cerca velha. Lá você consegue alguma.
Apanhar lenha?! Será que nem isso ele podia fazer, pensou ela. Ele sabe como fui criada e nunca fiz tal coisa; bem que ele podia me ajudar, mas não pediu. Foi até a cerca apanhou uns pedaços de pau seco, umas lascas de lenha bem fina e alguns gravetos. Não queria dar vexame diante dele.
Quando ela estava na cerca, Josias demonstrou preocupação; ela poderia ser atacada por uma cobra, por que lá havia muita cascavel, e ela não saberia distinguir dos paus, pensou Josias...
Mas aconteceu um fato que o deixou atônito. Realmente ele tinha razão. Quando ela chegou com a lenha, trazia nas mãos uma enorme cascavel que havia matado. Josias quando a observava, viu que ela batia no chão com um pau, mas pensou que ela estivesse tentando quebrar um pau para fazer lenha, no entanto ela esta era matando aquela enorme cobra! Quando chegou com a cobra segura pelo rabo atirou nos pés dele e disse: tira o couro que vai dar uma ótima refeição.
Josias ficou branco; tremeu-lhe todo o corpo, só em pensar que ela poderia ser picada por aquela cascavel! Ela olhou para ele com um olhar de desafio demonstrando que não tem medo de nada, e que nem mesmo dele, e sabe se cuidar, não só na cidade como no campo... "Não houve comentário".