SÍNDROME DO NINHO VAZIO
Final de domingo. A casa em silêncio, aproveito para deixar as lembranças fluírem.
Parece que foi ontem, que nossa casa estava com lotação esgotada. Meus avós, meus filhos, eu e meu marido.
Um belo dia, meus avós resolveram ir conversar com Deus. Primeiro foi meu vô, anos depois, foi a vez de minha vó.
Os filhos formaram seus próprios lares, e construíram suas carreiras.
Tudo obedecendo a lei natural da vida.
Só que vai explicar essa lógica ao coração.
Penso: ainda bem que sempre cultivei afazeres além de cuidar de todos eles.
Tenho minha agenda repleta de compromissos, meu primeiro compromisso sempre foi com o meu lar, mas se estende muito além dele.
Estudei bastante sobre a síndrome do ninho vazio. Na teoria eu, a conhecia muito bem e, hoje vivo-a na prática.
Embora com inúmeras atividades fora do contexto familiar, sinto falta da casa mais barulhenta.
Hoje, meu filho como de costume deu notícias, enviou uma foto das filmangens em que está trabalhando mesmo sendo domingo.
A filha ligou da praia, foi passar o final de semana com o marido, aproveitando o tempo bom.
Eles não poderiam ser melhores filhos, nem mais atenciosos.
Creio que por isso sinto sempre tanta saudade, da casa cheia.
Em horas tardias da noite, como agora, penetro no silêncio ruidoso da saudade e, chego a ouvir cada um deles, em seus respectivos quartos.
Por vezes no meio da madrugada desperto, e fico quieta espreitando os sons que as paredes guardaram, se aguço os ouvidos da alma, escuto minha vó me perguntar: Leninha, você me deu o remédio da noite?
Adentro um pouco mais no silêncio e ouço, meu filho chegar em casa e, como de hábito vir até meu quarto dar-me o beijo de boa noite.
Imagens dançam à minha frente, e vejo a filha acender o abajur ao lado de minha cama, e se aninhar para ganhar um cafune nos cabelos.
Depois é a vez de meu vô, ouço sua voz calma me dizer: Aquela muda de flor que plantei em seu jardim, vingou.
A síndrome do ninho vazio existe.
Importante reconhecê-la, e transformar a melancolia, em momento de oportunidade. Hoje, o tempo está muito mais a minha disposição.
Bom ter cultivado muitas atividades, do contrário creio que, a saudade seria barulhenta demais, e as lembranças não dariam espaço, para tantas coisas valiosas que continuam acontecendo no presente.
(Imagem: Lenapena- New Jersey)
Final de domingo. A casa em silêncio, aproveito para deixar as lembranças fluírem.
Parece que foi ontem, que nossa casa estava com lotação esgotada. Meus avós, meus filhos, eu e meu marido.
Um belo dia, meus avós resolveram ir conversar com Deus. Primeiro foi meu vô, anos depois, foi a vez de minha vó.
Os filhos formaram seus próprios lares, e construíram suas carreiras.
Tudo obedecendo a lei natural da vida.
Só que vai explicar essa lógica ao coração.
Penso: ainda bem que sempre cultivei afazeres além de cuidar de todos eles.
Tenho minha agenda repleta de compromissos, meu primeiro compromisso sempre foi com o meu lar, mas se estende muito além dele.
Estudei bastante sobre a síndrome do ninho vazio. Na teoria eu, a conhecia muito bem e, hoje vivo-a na prática.
Embora com inúmeras atividades fora do contexto familiar, sinto falta da casa mais barulhenta.
Hoje, meu filho como de costume deu notícias, enviou uma foto das filmangens em que está trabalhando mesmo sendo domingo.
A filha ligou da praia, foi passar o final de semana com o marido, aproveitando o tempo bom.
Eles não poderiam ser melhores filhos, nem mais atenciosos.
Creio que por isso sinto sempre tanta saudade, da casa cheia.
Em horas tardias da noite, como agora, penetro no silêncio ruidoso da saudade e, chego a ouvir cada um deles, em seus respectivos quartos.
Por vezes no meio da madrugada desperto, e fico quieta espreitando os sons que as paredes guardaram, se aguço os ouvidos da alma, escuto minha vó me perguntar: Leninha, você me deu o remédio da noite?
Adentro um pouco mais no silêncio e ouço, meu filho chegar em casa e, como de hábito vir até meu quarto dar-me o beijo de boa noite.
Imagens dançam à minha frente, e vejo a filha acender o abajur ao lado de minha cama, e se aninhar para ganhar um cafune nos cabelos.
Depois é a vez de meu vô, ouço sua voz calma me dizer: Aquela muda de flor que plantei em seu jardim, vingou.
A síndrome do ninho vazio existe.
Importante reconhecê-la, e transformar a melancolia, em momento de oportunidade. Hoje, o tempo está muito mais a minha disposição.
Bom ter cultivado muitas atividades, do contrário creio que, a saudade seria barulhenta demais, e as lembranças não dariam espaço, para tantas coisas valiosas que continuam acontecendo no presente.
(Imagem: Lenapena- New Jersey)