Salvo pelo Google
Habituado com o termo desde a minha infância, muito utilizado lá pras bandas do meu sertão, fui surpreendido recentemente ao utilizá-lo na minha própria casa, à hora do almoço. Ao sentir o cheiro da comida que estava prestes a sair, abri uma cervejinha e fui sentar-me à mesa, quando disse que ali ia ficar GUREJANDO. Interrogaram-me se a palavra gurejar consta no dicionário. Eu, de pronto, respondi que sim, consciente da minha afirmação, em razão da habitualidade. Entretanto, para certificar-me de que realmente a palavra estava dicionarizada, fiz a pesquisa nos dicionários existentes na minha estante. Para minha decepção, não a encontrei em nenhum deles. Tive então de recorrer ao Google e ainda assim não a localizei de imediato. Estava em dialetos regionais, como sendo de origem cearense. Eis aí então a definição encontrada no dicionário cearês: “diz-se do animal que está sentindo o cheiro da comida e fica com água na boca”.
Assim, para não ficar apenas com água na boca, adicionei uma cervejinha estupidamente gelada, para compensar o intenso calor do meu Nordeste.
A exemplo do “paidégua” atribuído ao cearense, o “gurejão” também a ele pertence, e eu já o utilizava desde criança. Felizmente, seu Google me certifica de que eu não estava criando nenhuma palavra nova. Aos amigos recantistas que se especializam em idiomas estrangeiros, deixo aqui o meu alerta sobre a necessidade de conhecer também o nordestinês.