Vida verde, velha assassina

Confesso aos amigos: a beleza do verde e a magia do pôr-do-Sol do rio Guaíba transformam a capital gaúcha, Porto Alegre, em uma das mais belas capitais nacionais. Está certo que os moradores de rua são inúmeros, problemas sociais que merecem ser resolvidos, mas nada se compara ao encanto da cultura que por essas bandas atracou.

O verde, este que impera por essas terras de Lupicínio Rodrigues, Mário Quintana, Érico Veríssimo, Elis Regina, etc. faz com que admire cada vez mais essa cidade. Verde como boa parte da bandeira nacional. Árvores imperiais; ainda se escuta o canto dos pássaros entre o verde e o concreto.

Em frente ao prédio onde moro possuímos uma árvore pomposa, que esbanja o verde-mata. Todos que por ela passam, encantam-se. Regada todos os dias por uma senhora que não conheço muito bem, a árvore despeja sobre a calçada flores que transformadas em um tapete, belo para os olhos, importante ao coração. Inspiração aos poetas, pulmão para poluição.

Ao lado o bar, homens, mulheres, senhoras, deliciam-se ao sabor de uma cerveja... E olhem que por cá só falam (ingerem, é claro), “Polar”. “Skol”, “Brahma”, que nada! No máximo uma “Original”.

Na “Casa de Cultura Mário Quintana”, antigo “Hotel Majestic”, lugar onde o autor de belos textos viveu, revive, ainda, seu acervo e um préstimo aos amantes da beleza poética. Teatro São Pedro, Biblioteca Municipal Érico Veríssimo, Sarau Elétrico, Cinemas, Parque da Redenção são algumas nuances que se pode perambular rumo à cultura.

Mas hoje quando retornei para o prédio a árvore havia secado. Perdeu sua beleza. Sua riqueza de folhas verdes feito dólares não existia mais. Aquela árvore morreu, mas tristeza acentuada aconteceu quando me disseram que a árvore morreu devido o veneno regado pela senhora que a regava todos os dias. Assassina.

Sergio Santanna
Enviado por Sergio Santanna em 26/03/2007
Código do texto: T426279
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