EMPREGADA DOMÉSTICA I
Elas merecem, primeiro porque são seres humanos e, depois, porque são trabalhadoras aplicadas e, não raro, segundas mães!
Estratifica-se nelas a magnífica figura das mucamas dos tempos coloniais, que, mesmo na condição de escravas, sem nenhum ganho, criavam os filhos dos senhores e lhes dedicavam um amor tão profundo que ultrapassava, por vezes, o das próprias mães.
Elege-se, agora, um dispositivo legal para amparar e garantir os direitos das empregadas domésticas. Mais do que justo! Só que, como erro crasso, muito comum entre nós, vamos da absurda estagnação ao desaconselhável imediatismo; dá-se tratamento ao problema como se a dona da casa fosse uma empresa, com setores jurídicos e contábeis em sua estrutura e dá-se pronta validade à lei.
O contraste violento que se nota em importantes instrumentos legais que mofam na fila de pseudas prioridades e outras que, por exemplo, garantem benesses aos políticos é gritante e indecente, apenas para ser bastante condescendente.
Posso afirmar, com ínfima margem de erro, que se a dona de casa necessitar dos serviços de um contador e um advogado, além do ônus da aquisição de um sofisticado equipamento de controle de ponto, ela vá dispensar a empregada.
Apesar de tudo e como há ainda gente pensante neste país, o bom senso levará o problema ao equilíbrio essencial, Tomara!
Mas a criança que há em mim e não me abandona, grita em meus ouvidos que eu invente alguma coisa alegre, que abra um parêntesis nesta confusão toda e eu, escravo, escrevo, obediente, as linhas que se seguirão.
Pois bem, vamos lá!
Como o meu espaço acabou e como sou extremamente obediente às determinações de qualquer ordem, encerro o papo e deixo o humor para a próxima semana, para não cansar os dois ou três prováveis leitores desta crônica, número que eu rezo para não diminuir.
(não deixe de ler o colega clayton marcio)