CIDADES CO-IRMÃS
Tomando chimarrão, recordei-me da seguinte lenda da origem da erva-mate que refere-se a uma das passagens de Cristo pela terra americana. Jesus, Pedro e João cansados, sedentos e com fome, chegaram a um riacho onde um velho alquebrado pelos anos, mas filósofo e humano pela vivência, recebe-os, abriga-os, dá de beber a eles e prepara-lhes uma saborosa comida com a sua última galinha. Refeitos e dispostos, os três se erguem para reiniciar a caminhada. Cristo, desejando então marcar o seu agradecimento de tanta bondade, humanidade e fraternidade, dirigiu-se ao idoso hospedeiro dizendo-lhe que sua filha já falecida, tão bela e querida renasceria em um arbusto verde e encorpado, de folhas vigorosas, vivificantes, saborosas e restauradoras e guardaria vitalidade, disposição, saúde, amizade e esperança para sempre. Alguns meses depois, ela, a filha singular do velho rancheiro sepultada, ressurge da terra na forma de uma erveira (ou pé de erva-mate ou ainda Ilex paraguariensis)
Falando da lenda da erva-mate, lembro-me de Ponta Porã, falando em Ponta Porã, lembro-me de compras na fronteira!
Nosso Estado de MS é lindo de viver! Nasci em terras gaúchas, mas nos trinta anos em que aqui moro, apaixonei-me por esta terra hospitaleira. Para quem busca fazer compras pelo livre comércio, a melhor opção da fronteira é Ponta Porã-MS/Pedro Juan Caballero-PY.
Ponta Porã, município brasileiro localizado no sudoeste do estado de Mato Grosso do Sul, distante 350 quilômetros de Campo Grande, com aproximadamente 80 mil habitantes, atrai muitos visitantes. O símbolo da cidade é uma cuia de chimarrão e outra de tereré, que representa duas culturas que se tornam apenas uma. Constitui uma área conurbada internacional com a cidade de Pedro Juan Caballero, capital do departamento de Amambay, no Paraguai.
A cidade possui uma boa rede hoteleira tanto do lado brasileiro como do paraguaio. A economia do município está voltada para a agricultura e pecuária. A lavoura é uma das pujantes do território nacional produzindo, principalmente, soja, trigo e milho. O município hoje tem uma área produtiva de cerca de 200 mil hectares e conta com um rebanho de aproximadamente 300 mil cabeças de gado.
As principais indústrias da cidade são a indústria de beneficiamento de madeira (serrarias), de óleo, de móveis, de tijolos, de erva-mate, de carvão, de mandioca (fecularia), entre outros. Ponta Porã vem buscando consolidar o seu perfil de produção, atraindo indústrias de transformação para agregar valor à economia local, baseada na agricultura e pecuária.
O município de Ponta Porã faz divisa com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, separados apenas por uma larga avenida conhecida por Linha Internacional, com quem mantém um forte laço comercial, social e cultural, permitindo aos dois povos uma convivência pacífica, consolidando a harmonia dos seus habitantes, através da manutenção de suas diversidades culturais. Possui também uma rica variedade gastronômica e a língua utilizada pelos moradores é o idioma portunhol, pois não se fala puramente o guarani, nem o espanhol e nem o português. Esta população aceita a cultura de outros estrangeiros que fazem comércio (coreanos, japoneses, libaneses, árabes). O povo brasileiro não esconde o orgulho de compartilhar da cultura paraguaia que se mistura com a contaminante cultura gaúcha.
O comércio de Ponta Porã é dos mais variados, possuindo supermercados, lojas de tecidos, de móveis de eletrodomésticos, farmácias, padarias, sorveterias, livrarias, discotecas, entre outros, sem contar com o comércio de Pedro Juan Caballero, para onde grande parte dos moradores compram produtos, principalmente eletrodomésticos e eletro-eletrônicos. Sua co-irmã, Pedro Juan Caballero, além do diversificado comércio, possui os famosos Cassino Amambay e o Shopping China; população de 100 mil habitantes; situada a 565 km da capital do país, a 596 quilômetros de Ciudad del Este e a 280 quilômetros de Salto del Guairá, a cidade é importante via de comércio entre o Brasil e o Paraguai, além de ser um importante centro turístico.
Simone Possas Fontana
(escritora gaúcha de Rio Grande-RS, membro correspondente da Academia Riograndina de Letras, autora dos romances: MOSAICO e A MULHER QUE RI)