O amor
Desistir do amor perfeito é doído. Dói dentro do peito. Não é dor que estanca com merthiolate, e seria bom se sangrasse. Pena, que é dentro do peito que se sangra. Dentro do peito, a dor não é mais forte, mas é mais dolorida. Dentro do peito, não se remedia de maneira fácil.
É olhando no espelho, superando, ou tentando superar a dor estampada no rosto que a coisa tenta mudar: estamos sozinhos... A companhia requerida em forma de alma gêmea, precisa ser modificada. O crivo da perfeição precisa mudar, pois a tão sonhada pessoa - parecida - interessante, inteligente, não aparece. Ela, de-saparece.
Como ela não existe, e aí está o fato lamentável, ela não precisa ser procurada. Ela, apenas está aí...não precisa ser criada, precisa apenas ser desistida.
É quando desistimos da perfeição, que as imperfeições somem. A mulher perfeita não existe. Como se dizem nos filmes: "você não existe...". É deixando de acreditar nesse sonho, que o desejo pode se melhor realizar.
É desistindo de querer encontrar o casamento, que talvez daí surja o amor!