Pingos de Chuva

É uma longa distância a que os pingos de chuva percorrem das nuvens até o chão. Todos descem solitários com seu conteúdo aquoso e quando pipocam no chão se unem a tantos outros e formam uma pequena enxurrada, e aumentam o nível dos rios e dos mares.

Sim, ao observar a queda dos pingos de chuva no chão, além de achar que o barulhinho deles faz cócegas nos ouvidos, notam-se pequenos pulos que os mesmos nos apresentam e que se assemelham aos estouros de pipocas.

A natureza está sempre a ensinar tantas coisas importantes, mas tudo de modo tão simples que muitas vezes nos passam despercebidas essas aprendizagens.

Esperamos situações grandiosas, queremos sempre nos deslumbrar com a vida, desejamos que o impossível nos toque; entretanto o simples é tão grande, nos ensina tanto de modo tão poético que nossa arrogância humana não aceita, não admite, não consegue conceber o simples, o natural, o conhecimento mais prático, humilde e, por que não, mais próximo de nós.

Os pingos de chuva, por exemplo, nos demonstram como cair sem medo, sem resistência. Talvez algo interior deles pressinta que a queda será benéfica. O solo deseja os pingos de chuva e se estes se recusarem a cair, matarão a vida.

A vida permanece um mistério e seus segredos podem ser tão óbvios e naturais que não os compreendemos. Há que se conscientizar inicialmente das pequenas coisas e através dessa consciência talvez nos atentemos para as maiores.

O céu, o sol, a lua, o verde, as águas e os animais estão sempre lá, onde devem estar, bem debaixo de nossos narizes. Será que nos são oferecidos somente para a manutenção da vida, ou servem também para nos revelar tantas aprendizagens importantes?

(02/01/2013)

Juliana Lima de Souza
Enviado por Juliana Lima de Souza em 22/04/2013
Reeditado em 22/04/2013
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