A GUERRILHA DO JOSÉ DIRCEU
A GUERRILHA DO JOSÉ DIRCEU
“Se você anda tenso e descontente, não se desespere. Dentro de você estão forças para liquidar o nervosismo e o descontentamento. Forças admiráveis, poderosas, eficientes, mas que só agem se forem arrancadas de dentro com forte convicção e desejo real de solucionar, compreender e amar”. (Lourival Lopes).
Ah! Esses jornalistas! “Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incomum isso na imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado”. (Paulo Francis). Quem sente certa coceira só de ouvir e comentar nomes de políticos nunca estará sozinho.
Então vem a pergunta: Por que será, não é? Como piada no Brasil já vem pronta, os alegres protagonistas da política nacional prestam-se com facilidade aos nossos atentos e perspicazes chargistas, que com leveza e humor – para deleite do público pagante – as peripécias dos nobres senhores agentes. Texto contido no “livro dos políticos” de Heródoto Barbeiro e Bruna Cantele. Recuperamos o fio histórico da cena política escolhendo como figura central os cavalheiros eleitos pelos contribuintes. A guerrilha do réu José Dirceu está em evidência.
Ex-ministro desagrada ao governo ao revelar suposta promessa de Luiz Fux de absolvê-lo no esquema do mensalão, mas expõe a necessidade de o Senado tratar com mais rigor as nomeações para o Supremo. Numa das ocasiões, Luiz Fux agendou uma visita ao jornal onde Evanize trabalhava como diretora de marketing. Numa segunda vez, fez convite para um almoço no D. O. M., mais premiado restaurante brasileiro, nos jardins, em São Paulo. José Dirceu revelou que foi “assediado moralmente” pelo então candidato a ministro. Luiz Fux. Acusação séria de um dos fortes membros do mensalão, que deveria ser averiguada com zelo e carinho pelo STF, pois a afirmação em se tratando de um ministro, compromete a honorabilidade do próprio Supremo, pois quem faz acusação é um ex-político que não tem a mínima educação e ética para acusar ninguém, visto ser um grande corrupto, formador de quadrilha, acusado e julgado por lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros. A caminho da Corte Suprema, os possíveis ministros são submetidos a um exame duríssimo pelo senado, aberto e mesmo cruel, que se resolve pela capacidade de convencer os parlamentares. Nem os candidatos temem perguntas incômodas nem os senadores receiam ir fundo em dúvidas e questionamentos.
Caminho trilhado por Luiz Fux antes de sua indicação ao STF mostra que ele buscou apoio de outros mensaleiros, além de José Dirceu. É uma acusação gravíssima que deveria ser investigada com riqueza de detalhes, pois se entende que o Supremo, a maior Corte brasileira seja o órgão de maior responsabilidade jurídica do Brasil. Especula-se que ele esteve com o deputado João Paulo Cunha, nesse encontro o deputado ficou convencido que ele não tinha provas para condenar nenhum membro do mensalão e o resultado foi que Paulo Cunha foi condenado a nove anos de prisão. José Genoino, também foi sondado para o encontro, no entanto, rejeitou a oferta. Manteve também três conversas em separado com a mulher de José Dirceu. É de bom alvitre tomar conhecimento que foram condenados 25 réus do mensalão e 12 absolvidos.
O ex-ministro José Dirceu foi apontado como organizador e controlador do esquema e foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão. José Genoino, ex-presidente do PT, Delúbio Soares do PT, deputado Federal João Paulo Cunha (PT-SP), Marcos Valério, empresário e publicitário (o que pegou maior pena), Cristiano de Mello Paz, ex-sócio de Marcos Valério, Ramon Hollerbach, ex-sócio de Marcos Valério, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, Rogério Tolentino, advogado e ex-sócio de Marcos Valério, Simone Vasconcelos, ex-gerente da SMP&B, Vinícius Samarane, vice-presidente do Banco Rural, José Roberto Salgado, ex-diretor do Banco Rural, Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, Roberto Jefferson, deputado cassado (PTB-RJ), deputado Valdemar da Costa Neto (PL-SP), Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, Pedro Corrêa, deputado cassado (PP-PE), João Cláudio Genú, ex-assessor do PP na Câmara, José Borba, ex-deputado (ex-PMDB-PR), Romeu Queiroz, ex-deputado (PTB-MG), Carlos Alberto Rodrigues, ex-deputado (PL-RJ), Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus-Banval, Breno Fischberg, ex-sócio da Bônus-Banval, Emerson Palmieri, ex-tesoureiro do PTB, Pedro Henry (PP-MT). Uma verdadeira quadrilha a serviço da corrupção que muitos afirmam ser comandada pelo ex-presidente Lula, que sempre afirma em alto e bom tom que não sabia de nada. Acredite se quiser.
Como os leitores podem denotar além dos 25 condenados, 12 foram absolvidos num total de 37 membros trabalhando BA semeadura própria e empobrecendo os cofres públicos da nação. Segundo nos informa os jornalistas da Isto É, Paulo Moreira e Izabelle Torres a insinuação jamais demonstrada de que Luis Fux seria capaz de trocar sua nomeação ao Supremo por um voto a favor dos acusados do mensalão acompanha o ministro há mais tempo. Interlocutor de Fux em conversas antes da indicação, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ouviu o ministro usar uma expressão típica de uma partida de futebol (“mato no peito”) como uma promessa velada de que iria inocentar os réus da Ação Penal 470. Fux nega que tenha usado a expressa com esse sentido.
Um período negro para a política brasileira. Estamos tão somente esperando que todos os condenados coloquem os costados na cadeia e cumpram suas penas. Todos nós temos defeitos, imperfeições, não adianta ficar querendo esconder isso embate do tapete, achando que eu sou sempre bonzinho, que o vilão é o outro. O primeiro passo para a transformação de algo é reconhecer que esse algo existe. Quando aceito algo de mim, eu integro e, assim posso transformar. Que bela sentença, que bom se a política no Brasil tomasse o rumo certo e o azimute jamais fosse desorientado. Que os corruptos assumissem suas culpas e não fossem meros desconhecedores de tudo. O grande Chandra Lacombe tem lições maravilhosas para aqueles que querem desvirtuar o caminho certo. Não confundir política com politicagem. Se os nossos políticos trabalhassem em prol da população a situação do Brasil estaria bem melhor. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DO PORTAL CEN- DA AVSPE- DA AOUVIRCE E DA ACE.