Dados Estarrecedores
Estupro de pessoas no estado. Dados estarrecedores são revelados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Que, aliás, atua mais na compilação de dados desse tipo, e na elaboração das planilhas correspondentes, que em ações de segurança pública. O ISP revela que “a cada dia de 2012, 16 pessoas foram estupradas no estado”.
Não temos os dados relativos a este ano de 2013, mas o estupro de ontem em Bonsucesso, de uma funcionária durante o assalto a uma clínica de estética, e o de uma americana, que foi estuprada 8 vezes dentro de uma van, em fins de março, já podem ser planilhados pelo ISP. Além de outros de que não tenhamos conhecimento. Crimes normalmente cometidos contra mulheres e crianças, mas de que homens também não se acham livres.
A impressão que temos é a de que muito pouco tem sido feito na prevenção e combate a essa modalidade de crime. Ou então não teríamos o aumento de 23,7% de casos em 2011 em relação aos 6029 estupros apurados em 2012, ainda de acordo com o ISP. Fiquemos na expectativa de qual será o número para 2013.
Estamos nas mãos de Deus – ou estão, mulheres e crianças –, como sempre, e cada vez mais longe das mãos de nossos policiais do estado, civis ou militares. Como longe das mãos, nesse caso (mas não nos casos de multas, impostos, etc.), de nossas autoridades e do judiciário.
As autoridades policiais deveriam ter o dever de colaborar no esclarecimento da população, como medida de prevenção. E no esclarecimento dos crimes, como forma de atuação. Em termos de prevenção, alertando os responsáveis por escritórios ou quaisquer outros estabelecimentos a não autorizar a entrada de qualquer um em seus recintos. Como, individualmente, não devemos autorizar a entrada de qualquer um em nossas vidas. E procurando saber a natureza e dados pregressos dos indivíduos responsáveis pela condução de táxis, vans e ônibus no estado, além do preenchimento burocrático individual de suas fichas cadastrais. Ao invés de pautarem, outros organismos, apenas pela cobrança do IPVA e das multas eventualmente em débito.
Os “fazedores” de leis em nosso país deveriam tipificar o crime de estupro como hediondo e inafiançável, não sendo permitido que seu autor por ele respondesse em liberdade. (Com o perdão dos especialistas se isto já ocorre.)
Enfim, alguma coisa precisa ser feita. Além de ficarmos compilando dados cuja coleção, por mais estarrecedora que seja, não contribui para a sua erradicação ou redução. Ainda que estejamos reclamando sob a ótica leiga do que aqui se escreve.
Maricá, 21/04/2013