Mulheres na Roma antiga



                           Roma, a capital de Deus
                           na Terra.
                                              José Lins do Rego


     Sinto-me bem em Roma, onde já estive algumas vezes. Hoje, 21 de abril de 2013, a Cidade Eterna está aniversariando. Faz 2.766 anos. Parabéns!
     A história da fundação de Roma é contada, todo mundo sabe, envolvendo deuses e com a participação decisiva de um camarada chamado Rômulo, irmão de Remo, filhos de uma generosa loba.
     Isso é uma lenda?  
     Lenda ou não, a verdade é que os livros, há milênios, contam a mesma história. E enquanto não me derem outra, fico com essa versão.
     Muito bem. Eu queria dizer, que a história da fundação da Cidade Eterna sempre me fascinou. Ela me foi contada, pela primeira vez, por um franciscano muito culto, Frei Albino, meu saudoso professor de História Universal, no Seminário seráfico. 
     Ele dava à sua narração um colorido tal, que, jamais alguém poderia desconfiar que Rômulo, Remo e a loba fossem, os três juntos, uma grande mentira.
     E o nome da cidade, Roma, como nasceu? 
     É outra história bastante interessante. 
     François Sautereau, in Contos e lendas do Nascimento de Roma, dá uma versão, não diferente de outras tantas, que, aqui, procurarei resumir.
     Rômulo perguntou ao seu povo como a cidade, que acabara de fundar, deveria ser chamada. Todos responderam que ela seria a cidade de Rômulo. 
     Depois de saber da opinião do povo, Rômulo quis ouvir os deuses, e pediu ajuda aos sacerdotes. 
     Os sacerdotes "consultaram as entranhas dos peixes" e confirmaram: "Os deuses aceitaram a proposta do povo. Roma será o nome da nova cidade." A voz do povo, neste caso, a voz dos deuses.
     Segundo a lenda, Roma nascera com poucas mulheres nos seus quadros. Isso preocupou Rômulo. Como, então, preencher tão ingrata lacuna?
     Para trazer mulheres para Roma, Rômulo fez três tentativas, distintas uma da outra, saindo vitorioso de apenas uma, e de forma traumática.
     Primeira tentativa. Rômulo enviou jovens e robustos soldados às cidades vizinhas, recomendando-lhes que mostrassem o que Roma tinha de mais belo. Não deu certo. Nem as mulheres se deixaram atrair pelo vigor e postura física dos soldados romanos. 
      Segunda tentativa. Rômulo enviou, como seus embaixadores, alguns idosos da cidade, apostando, dizem os historiadores, na experiência e na sabedoria de seus anciãos. Não vingou.
     Terceira tentativa. Rômulo resolveu chamar seus vizinhos para conhecer Roma. Coisa parecida com o que fazem hoje os Governos, gastando às vezes - ou quase sempre?- uma descomunal grana com publicidade. 
     Mas deu certo. Roma passou a receber um  número enorme de visitantes.
     Rômulo foi mais além. Para atrair e divertir os visitantes, ele organizou um grande festa em homenagem ao deus Posêidon. 
     Eis que, no meio da festa, a mando seu,  os seus soldados, indiferentes aos gritos de protesto do pessoal de fora, raptaram inúmeras mulheres, escondendo-as em local seguro. 
     Posteriormente, Rômulo, promovendo um casamento coletivo, tornou-as cidadãs  romanas. 
     Teria sido dessa forma, ou seja, na raça, que a Roma antiga viu seu número de mulheres sensivelmente aumentado.
         E hoje? Hoje, as mulheres de Roma são muitas, bonitas e ardentes; os romanos, reconhecidos como conquistadores irresistíveis. 
     Conquistam as mulheres, não na raça, como o fizeram seus antepassados, mas cantarolando-lhes ao ouvido românticas canções napolitanas, numa trattoria da Piazza Navona ou em uma alegre pizzaria do Trastevere.                       
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 21/04/2013
Reeditado em 19/10/2020
Código do texto: T4252267
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