O extraordinário

Um dia.

Na minha completa inocência e encantado com a forma que as palavras podiam projetar sentimentos, pensei que as palavras poderiam traduzir momentos, gravar os instantes feitos fotografia descrita.

Resolvi escrever sobre as diversas perspectivas, dimensionando sentimentos e lembranças.

Mas.

Nada pode descrever com as palavras certas o sorriso amigo depois de um gole de bebida e uma frase irônica, ou então quando se confidencia algo e com espanto ou acolhida é expressado o olhar.

É impossível e não há dicionário completo pra descrever o abraço dado, o afeto doado ou simplesmente a idiotice compartilhada. O riso e a gargalhada, o risco e a cumplicidade, simplesmente existem e às vezes nem é tão perceptível, mas lá estão esses sentimentos confusos dificilmente descritos, talvez pela falta do vocabulário ou então pela nossa incapacidade de torná-las explicáveis.

Estavam ali, alguém ou quase todos perceberam, mas não se teoriza.

Existe.

Quase como numa fé em uma divindade, ou uma fumaça que se dissipa rapidamente, surge e esvai e assim coisa indescritível a ser.

As fotografias mentiram, o assunto todo ficou omisso...

A verdadeira essência não se vê e nem se registra, só pode perceber quem estava lá.

E é isso que eu sinto perto dos que conseguem ver isso também, mas nunca comentaram por parecer imbecil.

E não é.

Quando você sentir isso.

Respire e traga o ar, tudo será unicamente extraordinário.

Cristiano Batista dos Santos
Enviado por Cristiano Batista dos Santos em 21/04/2013
Reeditado em 21/04/2013
Código do texto: T4252259
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