Direitos humanos e os apenados.

Eles vivem em condições desumanas, são tratados como miseráveis e sofrem além da dor física a dor psicológica. Todos os seus direitos são perfeitamente garantidos pela Constituição, entretanto, como muitos dos direitos defendidos, não são exercidos como deveriam. Como foi dito em um debate por mim assistido, faltam-lhes assistência religiosa, psicológica e familiar. O ambiente em que se encontram "instalados" possuem um odor desagradável, ausência de iluminação devida e o espaço notoriamente é insuficiente para a quantidade de indivíduos nele presentes. Como foi constatado pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa, em visita às penitenciárias do Rio Grande do Norte, um dos dos piores sistemas carcerários do Brasil, que os apenados vivem em uma condição "caótica e desumana". A ressocialização dos detentos é apenas mais uma das promessas que dificilmente são cumpridas atualmente no Brasil. As prisões são vistas como um lugar onde os indivíduos que cometeram crimes devem ser literalmente "jogados" e esquecidos, pois com o fim daquela ameaça, o problema foi solucionado. Dessa forma, as prisões que deveriam contribuir para que o indivíduo criminoso refletisse sobre o erro que cometeu e depois ao cumprir sua pena voltasse ao convívio da sociedade como uma pessoa melhor, apenas contribuem para o surgimento de uma revolta maior. Ao serem finalmente libertos, sentem a satisfação de poderem executar seus crimes que foram tão bem planejados durante o tempo em que estiveram no xadrez. Saem para furtar, roubar e matar. O ciclo vicioso do mal que se perpetua. Tendo dito isso e deixando claro a necessidade de tratamento digno aos detentos, tenho ainda outra queixa a fazer. Defender a ressocialização e melhores condições dos apenados é uma coisa. Acusar a sociedade de fazer dos apenados uma "vítima" é algo totalmente diferente, e ao meu leigo olhar, totalmente inadmissível. Que a sociedade atira pedras ao primeira falha percebida não é novidade alguma. Certo também não o é. Somos sim preconceituosos com os recém libertos - salvo raríssimas exceções - e a mídia alimenta ainda mais esse "ódio" que é cultivado a todo instante. Mas ainda assim, nós somos vítimas! A pobre infância que um indivíduo teve não justifica o fato deles destruírem famílias em um futuro próximo e também não obriga as famílias lesadas a confiarem em cada ex prisioneiro que teve sua pena cumprida. Simplesmente não dá. Novamente afirmo, sempre haverá exceções, mas também é incabível ouvir que " os presos são vítimas da sociedade" e levantar um "viva os direitos humanos". Isso é hipocrisia.

mmmalencar
Enviado por mmmalencar em 21/04/2013
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