QUAAAAAAAAAAAL MEEEEELHOR TEXTO E PQ? Me ajudem, POOOOOOR FAVOOOOR!

Gostava de diamantes. Todos os dias, ao acordar, colocava-se a caminhar chutando cuidadosamente as pedrinhas que se apresentavam ao longo do caminho que percorria até seu destino cotidiano, na esperança de encontrar um diamante perdido. Em cada chute, observava as pedrinhas, deslocando-se de um lado para o outro, devido ao impulso dado por seus pés. Mas nada. Acostumara-se a observar pedrinhas opacas, sem nada de especial, sem qualquer coisa próxima a um diamante.

Um dia, em mais um de seus chutes, parou seu caminho e reparou em uma pedrinha que se diferenciava das outras. Era transparente e tinha um brilho diferenciado conforme a luz do Sol tocava em sua superfície. Os raios refletiam um brilho que, ao tocar os olhos, causavam incômodo, ao mesmo tempo em que encantavam.

Seu coração acelerara. Teria finalmente encontrado o diamante?

Ao aproximar-se, reparara que a pedra não reluzia como as joias contempladas por Audrey Hepburn em "Breakfast at Tiffany's". Mas mesmo assim, a pedra era bela. Um caco de vidro, singelo, comum, qualquer medíocre... porém bonito. Decidira guardar o caco de vidro para posteriormente fazer um colar para si. Não era um diamante... mas quem sabe pudesse substituí-lo. Quem sabe pudesse transformar-se em um por alguma ação bizarra e inexplicável do universo. Quem sabe um dia aquele vidro valha o mesmo que o diamante, mesmo que sentimentalmente.

Um dia, com o vidro em seu peito, caminhava e chutava o chão, cuidadosamente, até que um pedregulho maior que o normal e uma distração momentânea fizeram-lhe tropeçar. Caíra. Além das dores da queda, sentira um incômodo no peito. Ao virar-se, percebera que o vidro tinha se espatifado e, mais do que isso, lhe cortado.

As lágrimas vieram involuntariamente. E com a mesma efemeridade, encerraram-se. Naquele momento, entendera que de fato, um vidro não é um diamante. E nunca seria, por mais que força que colocasse para que isso ocorresse. Um vidro não é um diamante. Um vidro espatifa-se com o menor trisco. Um diamante não. O vidro cortara a menor pressão, por espatifar-se. O diamante nem trincado teria.

Naquele instante, erguera-se, e colocou-se a caminhar, tranquilamente, sem chutar o chão. Entendera que um dia, o diamante seria simplesmente chutado. Ou não. Mas que não é por isso que deveria deslumbrar-se com qualquer caco de vidro. Afinal, um vidro não era um diamante. Nunca foi, não é e nem nunca será.

Ou

Na UnB, universidade na qual estudo periodicamente, não perdura mais qualquer espírito jovial. Ela envelheceu. Tá carrancuda. O ICC ficou grisalho. Aceito que ela detém traços novos, como o recente BSA. Mas isso é logo tolhido pelo tradicional RU. A comida lá continua a mesma. O suco é de laranja com gosto de limão. Desses fresquinhos, colhidos em fazendas também frescas. Mas de frescura a UnB não tem nada. Tá acabada. É idosa, precisa de cama. AdemaIs, não vamos nos ater a nuances de invejosos. Prosseguimos com nossa linha.

Esse ponto eu assevero bem. Criada em 1962, a UnB superou ditaduras, eclodiu jovens e, eminentemente, edificou mentes brilhantes. Engenheiros, arquitetos, sociólogos, professores, médicos, todo tipo de presença e função social emana da Universidade de Brasília. Todavia, isso tende ao perecimento sob as ingerências de uma sociedade atrelada ao funcionalismo e à padronização. Não vemos, por mais que se sonde cada alameda de seu ventre, sequer um indivíduo ou grupo que vise o inovador. E, ainda que se, por mágica, insurja dos escombros da levianidade alguma alma fascinante, esta estará logo fadada a reprensão e destinada a ser sucumbida pelo furor da igualdade.

É esse meu infortúnio. Não quero aqui fazer disto um diário ou fonte de reclamações patológicas. Viso aqui, sem mais delongas, esclaracê-los de ventos que tornaram turvos nossos corações e tratarão como entes insignifcantes nossos neurônios. E por falar neles, os meus já queimaram, justo logo quando houve o empobrecimento e a falta de ponderação por partes dos meus concidadãos. Eu estou agora resignado, triste e lívido. E até sinto escárnio em falar de lividez, haja vista que é a única coisa ostensiva que ainda está em voga na UnB.

Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 19/04/2013
Código do texto: T4249215
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