Maniqueísmo

Defrontaram-se o pigmeu e o europeu, olhares se cruzaram obliquamente: do chão o pigmeu viu um rosto contra o sol, do alto o europeu viu um rosto contra a terra.

Sem chapéu, sem roupa e sem sapatos, o pigmeu pisava com seus pés diretamente a terra, que o conhecia e o provia e até o intelectualizava, pois arrancava da terra a cultura que o abastecia

O pigmeu negro, de baixa estatura pisava e agradecia a terra que não tinha dono, o “selvagem” vivia daquilo que o cercava sem grilhões, sem chaves.

O ariano não vivia do sol; explorava a tudo e a todos que o cercavam, fincava bandeiras e cercas que delimitavam “suas” posses”, que não se apresentavam no Testamento de Adão.

A natureza que fez o pigmeu baixo, que tinha necessidade de olhar para cima, para enxergar o europeu; um pigmeu que perdia a natureza para um europeu alto, que olhava para baixo para ver o pigmeu, e no darwinismo social tirava a natureza de quem nela vivia.

Cruel maniqueísmo que faz do puro o dominado, e do ambicioso o CONQUISTADOR; os escudos, os obuses e o “em nome de uma fé” vem dizimando o negro, o saber inato e o nu.

Um maniqueísta fez a história

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 19/04/2013
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