"Revenge" e "Avenida Brasil"

Em março de 2012, estreava no horário das 21h na Globo a novela das 8 “Avenida Brasil”. Oi oi oi. A trama central girava em torno de Nina, personagem interpretada pela atriz Débora Falabella, que volta ao bairro fictício do subúrbio do Rio de Janeiro chamado Divino com a finalidade de se vingar daqueles que no passado causaram a morte de seu pai, roubaram sua casa e a largaram em um lixão. Nesse momento, um tufão parecia passar pela vida de jovem... turun tunts.

O folhetim trouxe um ar de novidade ao Brasil. Logo em seus primeiros capítulos, a narrativa mais rápida e o suspense com um ar de Hollywood encantaram os brasileiros. Lógico que algumas questões ficaram sem reposta. Exemplo: quando o pai de Nina morreu, não havia um outro parente mais próximo que pudesse ficar com a menina? A criança simplesmente some e Siro Darlan nada faz? Coisas de novela que acabamos deixando passar, assim como o fato de se falar português no Marrocos, na Índia e na Turquia.

Passados alguns meses do final de Avenida Brasil, a Globo passa a anunciar ao longo de sua programação o seriado norte-americano “Revenge”. Se eu não me engano e se o meu inglês com sotaque da Guatemala não me falha, “Vingança”. A história do seriado vem a ser a de uma jovem que sai de uma detenção juvenil, onde ficou até seus 18 anos, e vai em busca de vingança – muito embora a vingança nunca seja plena, mate a alma e a envenene, como diria o Sr. Madruga -, pois seu pai fora morto em uma conspiração.

Bem parecido com o enredo da novela global, certo? Como diria Abelardo, o Chacrinha, “nada se cria, tudo se copia”.

Copiam, inclusive, escritores amadores e pobres – leia-se “professor – como eu. Em 2006, escrevi dois contos protagonizados por um personagem chamado “Lucius” – o primeiro deles, “Lucius – foi sem querer querendo” -> http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/458445. Um jornalista de meia-idade, loser, atrapalhado e botafoguense. Quase uma versão minha aos 40 e poucos anos. Lucius, após uma desilusão amorosa, procura ajuda psicológica. Porém/entretanto/contudo e todavia, ele resolve passar por vários profissionais a fim de escolher aquele que mais o agradasse. Leia: "A procura de Lucius" -> http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/458444

Anos depois, agora em 2013, situação semelhante acontece no seriado global “Louco por elas”. Coincidência? Já que está na moda, quero os meus royalties. Se não for possível, a Deborah Secco aqui em casa já vale.