Estudantes de direito e os "vades" da vida.
Costumam se portar como pequenos orgulhosos detentores de um grande ego que mal consegue se conter no interior de seus corpos, defensores da lei e da ordem, balbuciadores de belos e não raramente enfadonhos discursos que algumas -nem sempre é assim, e não cairei em generalizações- vezes se resumem a um nada cheio de achismos e opiniões furtadas de outros que não raro também as furtaram de alguém. Seguram seus códigos como quem segura o futuro da humanidade, falam que que profissão irão seguir a espera de olhares admirados e invejosos. Como disse, nem sempre é assim. Eles estão lá para "fazer direito" e muitos de certo o fazem. O orgulho de ter escolhido zelosamente o que irão fazer e se sentirem bem quanto a escolha feita: nisso não há mal algum, pelo contrário, é uma atitude louvável! Mas aqueles graduandos que desde o primeiro dia declaram as verdades mais frágeis que existem como se fossem verdadeiros doutores... Ah, que pena não reconhecerem sua singela pequenez em um mundo no qual ainda se encontram nos portões e que só futuramente deverão ter a chance de adentrar. É assim mesmo, sempre existirão os mais humildes e os mais pesarosamente prepotentes. Alegro-me, entretanto, ao ouvir um sorrir e dizer ao segurar o seu vade mecum ao caminho de sua sala "estou me sentindo ridículo hoje", pergunto curiosamente o por quê e ele me diz apontando para o seu não tão fino livro "esse vade mecum aqui, estou igualzinho a esses estudantes de direito devidamente padronizados".
Nota: Faço direito, sou umas das grandes admiradoras da eloquência, mas apenas de quem verdadeiramente a possui.