O Tempo - Um médico psicanalista, de graça.
Eu não acreditava num tempo que viria
E vivia um tempo que era só o presente
Criança ainda, o mundo era um sonho
E até a morte uma simples despedida
Quando conheci o tempo ele me pareceu
Um jovem serelepe que corria na frente do
Vento nas tardes em que eu jogava bola nos
Gramados no sítio dos meus avôs
Ele amarelava as goiabas, as tangerinas
E também os meus sentimentos
Que foram criando doçura como
Uma fruta que vai amadurecendo
O amor quando cresce em nosso peito
Parece por vezes a única
Barreira intransponível para o tempo
Fazendo dele um simples detalhe
Estranho este tempo
Que a noite é um velho alquebrado pelas recordações
Que reclama do frio e das subidas íngremes
Quando amanhece o dia, sorri
Feito um garoto
Abre os braços e
Corre veloz rumo à tarde
O tempo é um carregador de fardos
É médico, psicanalista, contador de histórias
Muitas feridas seriam curadas por ele
E muitas mentiras se tornariam verdades
E Verdades perderiam o sentido
Difícil imaginar que os sonhos
Viajariam no tempo e sobreviveriam a ele
Que ele me traria o aprendizado que nunca aprendi nas escolas
A principal como um sábio ele me deu mais de si mesmo
Para eu conhecer mais a mim mesmo
Ficamos perplexos quando conhecemos o tempo mais amiúde
Que ele como nós adormece, pelos encantos do passado
E o futuro pode ser tornar um simples despertar de um sonho
Assim nós somos o próprio tempo
Em nossas faces cicatrizes revelam as dificuldades
De nosso corpo cruzar linhas quase inatingíveis
Mas o brilho em nosso olhar revela a jovialidade
Da nossa alma
Por ela devemos agradecer as pessoas que vivem e viveram em nosso tempo.
Que nos agregam e agregaram valores, sentimentos, verdadeiras amizades.
A vida deve ser vivida e apreendida pelo AMOR
A melhor forma em que se eterniza
O homem no tempo de Deus