UMA TRAMA DIABOLICA

A demora da presidente Dilma em escolher o novo ministro do STF, segundo comentários alhures nos corredores do poder, em Brasília, já tem uma justificativa.

Como é público e notório a presidente Dilma não conta, como faziam seus antecessores, com um interlocutor constante com o meio jurídico.

É sabido que Lula tinha um interlocutor como o ministro Marcio Thomaz Bastos, já, Fernando Henrique Cardoso se aconselhava com o ministro Gilmar Mendes, e o mafioso José Sarney se valia do jurista Saulo Ramos. Na prática eram tais conselheiros que indicavam os ministros.

Com a presidente Dilma isso não acontece. Ela não se aconselha nem com o ministro da Justiça José Eduardo.

Nessa rota se arrasta a decisão da chefe da nação, que há cinco meses posterga a indicação para preenchimento de uma vaga no STF.

Sobre a mesa da presidente Dilma se encontram três listas de candidatos ao cargo; também existem mais de 50 vagas pelos Tribunais Federais do Brasil esperando pela indicação da presidente.

A importância da repercussão mundial do julgamento do mensalão é indiscutível e, indiretamente ou diretamente, como queiram, nos colocam na trilha e nos passos da escolha do novo ministro do STF.

Circula a “boca pequena” entre os profissionais do poder que frequentam a casa de Mãe Joana, em Brasília, rumores e zun – zun - zum, que existem cálculos maquiavélicos pelos quais haveria a possibilidade de o desfecho do mensalão ser postergado para que a renovação do pleno, em função da aposentadoria de alguns ministros, permitisse a nomeação de magistrados ligados ao PT e por consequência a certos mensaleiros. Só de pensar nessa possibilidade sinto calafrios.

Caso o disse me disse seja verdade, o Brasil certamente está perdido. Nesse caso as indicações viriam com direção certa e proposital de “livrar as caras” dos mensaleiros. Assim sendo, ficará provado que nem sempre a toga da justiça pode servir de barreira às investidas das forças ocultas oriundas de Brasília.

É difícil conceber que um juiz do nível exigido pelo Supremo aceite sua indicação para ministro já com a tarja de suspeição. A seriedade do STJ não pode nem mesmo ser arranhada quanto mais maculada com a suspeição. A integridade dos ministros do STF, das instituições republicanas em geral, não deve ser abalada e manchada com uma ação política aloprada na temerária tentativa de resgate de mensaleiros condenados.

O presidente do STJ Joaquim Barbosa, embora nomeado por Lula, aquele presidente que desconhecia tudo que se passava ao seu derredor, não se curvou às pressões dos donos do poder; afinal juiz não é nomeado para fazer favores com a Justiça.

A que ponto chegamos! Não temos mais nem o direito de nos indignar. Pobre Brasil! É o declínio moral de uma Nação.

Fonte Migalhas