Quero Beijar e Abraçar Você

Não podemos deixar passar uma oportunidade única, em que praticar algo tão natural como dar, afetuosamente, um beijo e um abraço em alguém, precise vir da demanda de um calendário. Assim é o mundo. Vamos imaginar agora um mundo em que esses atos tão naturais sejam oferecidos e aceitos sem constrangimento ou repúdio. Hoje é o dia do beijo. O bem estar advindo dessa prática não se compara a nenhuma outra coisa; por que é uma troca. A sensação que se tem é das melhores. Para o bem estar, para a sociabilidade. Para a saúde, principalmente. Por que negligenciamos atos tão benéficos e fortalecedores como esses? Tenho convicção de que não é esta a natureza do ser humano. Esta que vemos estampada na maioria das fisionomias. “Não conheço você assim tão intimamente para dar ou receber um beijo ou um abraço seu”; esta seria a primeira atitude defensiva. Mas, se notarmos as mudanças na fisionomia, no bem estar que os olhos não deixam esconder e na descontração que vem em seguida, vamos nos convencer de que esta é nossa verdadeira natureza.

Há, como que um bloqueio de mentes e de emoções na maioria das nossas atitudes. Como é gostoso o afago, o cafuné, enfim, o contato corpo a corpo! Respeitados os devidos limites e ocasiões, assim poderíamos nos comportar; sempre. Pode ser uma questão de cultura, senão de desconfiança, mas só temos a perder quando impedimos que gestos de carinho e de ternura sejam externados entre seres humanos. Com os irracionais isto não acontece. É natural, é espontânea a troca porque eles não opõem resistência. Antes do contato, de uma caricia, de um externar de amizade, ou de consanguinidade ou, ainda que seja, de sensualidade, precisam obviamente, doador e receptor, adquirir o clima. E qual é esse clima? Logicamente de uma total entrega de sentimentos.

A barreira do pensamento vem a ser um entrave a impedir a passagem de um sentimento mais terno, como se o outro não merecesse a nossa estima. Ultrapassado o limite de liberdade, tudo o que vem a seguir pode ser visto como abuso e visto com desconfiança ou uma venda de interesse. Não tem que ser assim. E a prova está na mudança repentina de atitude quando é quebrado o gelo.

Opomos resistência em nossas vidas a sentimentos que só nos fariam sentir melhores com o outro e conosco mesmos se nos abríssemos mais. Imaginamos mil motivos do ser ou não ser em vez de, simplesmente, aceitarmos o gesto carinhoso do outro. Pensando bem, nós somos carinhosos, afetuosos e amáveis por natureza. Apenas receamos qual seria a reação a um gesto ou mesmo palavra que fujam à rotina do medíocre em nosso dia a dia. Penso que o amor não nasceu do nada e nem existe para embelezar um poema ou para esquentar um romance.

Ele precisa ser demonstrado. Em palavras. Em gestos. Aí sim teremos a devida correspondência. Só um insensível não reagiria positivamente a um ato de carinho e de amor. Então, concluímos que está em nós a chave da mudança. Quando passarmos a ser mais afetuosos, gentis, compreensíveis, tolerantes e esperarmos do outro o melhor e virmos nele o melhor, não será preciso oferecer o beijo ou o abraço. Tê-los-emos de graça e em abundância. Quero te dar um beijo e um abraço pelo dia de hoje!!!

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 13/04/2013
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