SIMPLESMENTE AMOR

SIMPLESMENTE AMOR

Aquela lua cheia não prenunciava o ataque de um lobisomem faminto, mas o caminhar de um lobo velho. Compassado, cansado, talvez e mergulhado em suas lembranças, tendo como única companhia, a estrada, as sombras e os arvoredos que logo se distanciaram de sua viagem noturna, insone, percorrendo mundos e pulando de sonho em sonho em busca do seu... Todavia, quando a esperança estava cambaleante, algo novo surgiu, voltando para dentro de si mesmo e começou a questionar qual o sentido da sua vida e qual a postura diante do próprio sofrimento o fez compreender que na pintura, a única coisa real é o pigmento da tinta, as imagens e as descrições delas são belas, mas apenas virtuais, ao contrario da vida, ou será que não!?

O negrume da noite começava a se dissipar em um horizonte tardio em busca de outro viajante ou de seu mundo, mas a aurora se estendeu em seu céu emocional, trazendo um amanhecer de esperanças ele timidamente escreveu um epitáfio triste e silencioso na lapide fria onde sepultara todas as dores e saiu em grande disparada ao encontro de uma vida nova ou daquela que sempre quisera ter. Antecipando as quimeras e voltando-se para o tom azul violáceo ao longe no firmamento, casualmente ou não, vislumbrou sobre as brumas, um anjo em forma de mulher deslizando suavemente em sua direção, fazendo com que em grande euforia, sem saber se estava desperto ou não, a imaginar que, em todas as ocasiões da vida, mesmo nos momentos em que nos desencontramos ou mesmo nos abandonamos ao acaso, na esperança de ficar sozinho. Na nostalgia do caminhante errante ou nas veredas de muitas paixões, ao declínio do primeiro amor, sempre nos ressalta voluntariosa vontade de retornar ao passado, trilhar novos caminhos, que não existam as encruzilhadas ou a possibilidade de errar... Mas, será que existem primaveras sem outonos ou nos enganamos sempre que desejamos pular uma etapa da vida que não gostamos de viver?

Antes eu somente te buscava nos sonhos ou ouvindo musicas embalava em reminiscências de fatos incorridos mas, o tempo passou e continuamos buscando um ao outro, agora através da net ou do imbróglio que nos induzimos da possibilidade que aconteça, por acaso, na casualidade do abstratismo mesmo na incerteza plausível de todos os desencontros, finalmente ocorra pela mão do destino ao menos uma única vez em anos luz de completa ilusão, eu, você e o amor, porque o tempo passa e a vida tem pressa e eu ainda estou aqui e você onde te encontras?