SOGRA
O que é uma sogra?
Essa tão falada figura, execrada por todas as bocas?
Fiquei sabendo em um desses últimos dias desta semana.
A sogra é uma mãe que “perde seu filho”, quando ele arranja uma namorada e “sente” amor por ela.
Só isso gente.
A sogra é uma mãe ameaçada.
A namorada não é qualquer uma boa dessas meninas com encantos de mulher. Não é.
A sogra é filha dessa namorada.
A sogra é filha dessa namorada que aparece na vida do filho e o suga totalmente, quer exclusividade, é carente, lacrimosa, e “muito bonitinha, lavadinha, cabelinhos acabados de lavar, etc.”
Ela chega de manso. Nem se percebe. Depois, devagar, vai tecendo suas teias sobre o namorado, isolando-o dos seus amigos, familiares, seus hábitos, suas particularidades, suas horas, suas emoções e seus pensamentos. Ele, que pensa que voava, nem percebe que pousou e soltou as asas. Pra que voar ele se perguntaria, mas ele não questiona mais nada. É feito uma aranha silenciosa, e boa tecelã.
Ele cai nas suas teias sem perceber, encantado por ser a “única vítima”. Ele é o alimento precioso e, como ela rejeita qualquer outro incauto a cair na sua rede, ele se sente o escolhido, o deus, o que realiza todas as carências dela. E vai seguindo seus passos como ela formular. Muda de hábitos e de alegrias. Passa a fazer corrida matinal antes do trabalho, primeiro um quilômetro, depois passa pra dois e, quando vê, já está correndo seis quilômetros pela Orla. Os dois, lado a lado.
Ele, jovem de trinta e no esplendor “do seu físico e do seu conquistar a vida no seu vôo livre” começa a mudar e vai ficando instável, sujeito a alterações de humor e serenidade, pois que tudo seu é coado nas teias. Só o que ela deixa filtrar é que sobra para seus amigos, sua irmã e sua mãe, Ele vai mudando e vai perdendo o encanto e o diálogo fácil com todos, pois há “uma censura não qualificada e dissimulada que ele não percebe”
Ela tem trinta e oito, teve um casamento de seis anos já passado, pois que ele não prestava; ela não quis ter filhos, pois o companheiro não tinha atingido a estrutura do desejável, atendendo a exigências de um esquema pessoal dela, que demanda muitas condições.
Mansamente, ela vai galgando todas as suas etapas prescritas em seu íntimo e pessoal regulamento. Nisto, vai construindo “o seu próprio altar em que ela é o ápice e ele o seu único vassalo adorador, ou adorador vassalo; não sei em qual ordem.
Penso que, depois que ela tenha sugado sua juventude, todo seu espírito de liberdade e de livre pensador, chegado o tempo em que ele tenha sido moldado ao seu próprio tipo (ou seja, ele=ela), ela aí o “instala e o aceita em sua vidinha”.
E o filho que estava voando com suas próprias asas, curtindo a conquista da própria vida, quando estava se auto-instalando doutor em todas as causas, testando sua coragem a ter seus vínculos de vida, em que seu vôo pousaria e plantaria seus próprios pés em terra boa, tem seu vôo desviado para um desvão do incompreensível, de tristeza, de incertezas, de solidão interior e vira um poeta triste, ou um ser humano que precisa aprender ou descobrir como é viver e ser feliz, e quando já não acredita em mais nada.
Como se vê por aí, no dia a dia.
O que é uma sogra?
Essa tão falada figura, execrada por todas as bocas?
Fiquei sabendo em um desses últimos dias desta semana.
A sogra é uma mãe que “perde seu filho”, quando ele arranja uma namorada e “sente” amor por ela.
Só isso gente.
A sogra é uma mãe ameaçada.
A namorada não é qualquer uma boa dessas meninas com encantos de mulher. Não é.
A sogra é filha dessa namorada.
A sogra é filha dessa namorada que aparece na vida do filho e o suga totalmente, quer exclusividade, é carente, lacrimosa, e “muito bonitinha, lavadinha, cabelinhos acabados de lavar, etc.”
Ela chega de manso. Nem se percebe. Depois, devagar, vai tecendo suas teias sobre o namorado, isolando-o dos seus amigos, familiares, seus hábitos, suas particularidades, suas horas, suas emoções e seus pensamentos. Ele, que pensa que voava, nem percebe que pousou e soltou as asas. Pra que voar ele se perguntaria, mas ele não questiona mais nada. É feito uma aranha silenciosa, e boa tecelã.
Ele cai nas suas teias sem perceber, encantado por ser a “única vítima”. Ele é o alimento precioso e, como ela rejeita qualquer outro incauto a cair na sua rede, ele se sente o escolhido, o deus, o que realiza todas as carências dela. E vai seguindo seus passos como ela formular. Muda de hábitos e de alegrias. Passa a fazer corrida matinal antes do trabalho, primeiro um quilômetro, depois passa pra dois e, quando vê, já está correndo seis quilômetros pela Orla. Os dois, lado a lado.
Ele, jovem de trinta e no esplendor “do seu físico e do seu conquistar a vida no seu vôo livre” começa a mudar e vai ficando instável, sujeito a alterações de humor e serenidade, pois que tudo seu é coado nas teias. Só o que ela deixa filtrar é que sobra para seus amigos, sua irmã e sua mãe, Ele vai mudando e vai perdendo o encanto e o diálogo fácil com todos, pois há “uma censura não qualificada e dissimulada que ele não percebe”
Ela tem trinta e oito, teve um casamento de seis anos já passado, pois que ele não prestava; ela não quis ter filhos, pois o companheiro não tinha atingido a estrutura do desejável, atendendo a exigências de um esquema pessoal dela, que demanda muitas condições.
Mansamente, ela vai galgando todas as suas etapas prescritas em seu íntimo e pessoal regulamento. Nisto, vai construindo “o seu próprio altar em que ela é o ápice e ele o seu único vassalo adorador, ou adorador vassalo; não sei em qual ordem.
Penso que, depois que ela tenha sugado sua juventude, todo seu espírito de liberdade e de livre pensador, chegado o tempo em que ele tenha sido moldado ao seu próprio tipo (ou seja, ele=ela), ela aí o “instala e o aceita em sua vidinha”.
E o filho que estava voando com suas próprias asas, curtindo a conquista da própria vida, quando estava se auto-instalando doutor em todas as causas, testando sua coragem a ter seus vínculos de vida, em que seu vôo pousaria e plantaria seus próprios pés em terra boa, tem seu vôo desviado para um desvão do incompreensível, de tristeza, de incertezas, de solidão interior e vira um poeta triste, ou um ser humano que precisa aprender ou descobrir como é viver e ser feliz, e quando já não acredita em mais nada.
Como se vê por aí, no dia a dia.
MLuiza Martins
Enviado por MLuiza Martins em 05/10/2009
Reeditado em 26/01/2010
Código do texto: T1849224
Classificação de conteúdo: seguro
Reeditado em 26/01/2010
Código do texto: T1849224
Classificação de conteúdo: seguro