SOU O QUE NÃO SEI..

Jogo de palavras? Não, realidade humana completa e numericamente gigantesca.

Quantos não sabem o que são, verdadeiramente. Melhor, não querem publicidade do que são, lhes serve a capa de ser distintamente do que são. Vivem nas sombras, gostam das sombras.

Correr atrás do que não se acha por impossível é desconhecer-se. Quantos são assim, se apegam ao que não existe, não se desapegam da ficção onde a mentira pessoal está sempre encenando no palco da inventiva. E vão do irrealizável à frustação, autoflagelo consciente, reiterado, impenitente e carrasco, suas pontas que cortam a carne não são sentidas, lhes apraz o apanágio da inverdade, continuam na perseguição do desconhecido, do que não são nem serão, e as chagas permanecem, feridas não lavadas, ausência de remissão, dores que passam a conviver com a origem da doença da alma, carregadas para tentar sublimar, sem erradicação necessária, como cruzes que pesam na leveza da mentira sublimada. A mentira conforta a inteligência subtraída.

E se vive. Como? De uma forma grosseira, amaríssima, sem travas, com mordaças afiveladas na garganta muda para viver nos limites do que a natureza concedeu.

Comiseração é a atitude dos que conhecem a saga crudelíssima que a natureza impõe a esses seres, sempre fechados em seus interiores impenetráveis pelos mistérios da personalidade tecida em egolatria ou em clausuras pobres, disfarçadas em formas de terceiras mentes parafraseadas, distorcidas, plagiadas, ou manifestadas em contrafação.

Os arroubos das vidas anímicas cinzentas fazem do cinza o negro da ausência de cor, nada de branco lhes adita no concerto de cores.

Estão mortos por não conhecerem a vida....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/04/2013
Reeditado em 12/04/2013
Código do texto: T4237220
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