Gulliver

Gulliver é um notável personagem do irlandês Jonathan Swift que, em seu livro satírico: As viagens de Gulliver, narra quatro interessantes episódios envolvendo o seu protagonista, o qual empreende viagens em alto mar, explorando mundos desconhecidos. As histórias, apresentadas de forma cômica, das quais destacaremos duas, são agudas e apropriadas críticas à sociedade européia, cheia de falsa grandeza, preconceito e hipocrisia.

Após o naufrágio de seu navio, Gulliver se deparou na ilha de Lilliput, uma terra de minúsculos habitantes os quais eram menores que um dedo polegar. Gulliver, usando de seu grande tamanho e de sua tamanha sabedoria, pacificou aqueles povos que viviam em guerra por motivos fúteis, ajudando-os a resolverem seus problemas e provou ser um grande homem.

Partindo dali Gulliver deparou-se em outra terra, Brobdingnag, na qual as pessoas eram gigantescas. Desta vez Gulliver era menor que um dedo polegar. Ele viu-se em perigo, sob o risco de ser explorado e vendido como alguém que serviria apenas para atender a interesses egoísticos de cientistas inúteis.

Escapando dali, Gulliver conseguiu voltar ao seu próprio mundo. Um mundo de iguais, em que ninguém é maior que ninguém, e ninguém é menor que ninguém.

De fato, não precisamos sair de nossa própria terra para vivermos aventuras como as de Gulliver. Muitas vezes nos encontramos diante de pessoas as quais, ao notarem as nossas virtudes, nos consideram grandes; talvez, gigantescos. E o pior é que muitas vezes acreditamos nisso. Nós não somos tão grandes, essas pessoas; talvez, é que, por terem a sua autoestima muito baixa, se consideram pequenas demais, não enxergando as suas próprias virtudes.

Quando alguém acha que somos demasiadamente grandes, precisamos usar essa grandeza de virtude reconhecida por ele para fazer como Gulliver fez: Ajudar, apaziguar, abençoar e favorecer os que se acham pequenos.

Outras vezes nos encontramos diante de pessoas que, equivocadamente, pensam serem maiores que nós; por isso querem nos pisar, nos explorar, nos usar e negociar nossos valores de vida. Essas pessoas se consideram grandes demais, mas não são. Elas consideram os outros pequenos demais; mas, eles também não são.

Assim como nós, acho que Gulliver realmente nunca saiu de sua própria terra. Gente que se considera grande demais e gente que se considera pequena demais fazem parte desse nosso mundo em que vivemos; mas ninguém é maior que ninguém e ninguém é menor que ninguém. O nosso mundo é um mundo de iguais.

Aos que se acham pequenos diante de nós, devemos engrandecê-los, mostrando-lhes que somos iguais. Aos que se acham grandes diante de nós e querem nos explorar, devemos resistir-lhes, fazendo como o pequeno Davi fez ao gigante Golias.

(Extraído do meu livro: O Cronista)

Naassom
Enviado por Naassom em 11/04/2013
Reeditado em 11/04/2013
Código do texto: T4235016
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