Apresentação do Livro São Luís do Maranhão: Itinerário das Minhas Lembranças
De que falam as ruas e avenidas, os sobradões, os azulejos, as escadas das mansões senhoriais, os mirantes, os telhados e as pedras de cantaria de São Luís do Maranhão? Falam de muitas coisas, mas principalmente de lendas, mitos, histórias, heroísmo, santidade, rebeldia, ternura e amor; de arroubos de paixão ou explosões de ódio, sorrisos e lágrimas, ah, tantas coisas, que, para isso, ela sempre teve um forte e grande coração!... Ainda que tenha completado, a 8 de setembro de 2012, quatrocentos anos de fundação, São Luís do Maranhão, com o seu conjunto de epítetos – Ilha do Amor, Atenas Brasileira e Ilha Rebelde – sempre pontificará como um indelével tema para uma permanente crônica de amor pela terra que nos gerou ou adotou.
E, dentro de mim, um tempo de São Luís do Maranhão mudou de endereço quase de repente, pois é quase de repente que a gente envelhece. Então, o tempo da São Luís do Maranhão da minha infância, da minha juventude e do início da maturidade agora já mora na minha saudade. Neste Itinerário, que compartilho com os meus leitores, vou buscar as lembranças de mim, em São Luís do Maranhão, desde a década de 40 e arquivadas na minha memória de ludovicense nato. São lembranças pessoais, culturais e históricas, estas, fundamentadas, é claro, no meu conhecimento teórico, pesquisa e análise de textos disponíveis sobre o assunto.
Mas, se São Luís do Maranhão já foi interpretada e escrita por tantos historiadores, cronistas e poetas, e lida por uma multidão de leitores - onde me incluo - ávidos por absorver a fascinante aura mística que a reveste, eu me pergunto que fatos novos sobre esse assunto eu poderia apresentar neste livro... Eu diria nenhum, se não soubesse que a pena do coração talvez não seja tão notável quanto a pena da erudição, mas, com certeza, grafa melhor a paisagem comum das nossas vidas, podendo, pois, revelar aos olhos habitados de verdades históricas, insuspeitadas relíquias guardadas no passado trivial das cidades. E eu lhes asseguro que escrevi este livro com a pena do coração!...
Na verdade, durante este Itinerário, eu faço uma revisita emocional à cidade que, um dia, acolheu a minha vida, os meus sonhos e esperanças, esperando sinceramente que a peneira da boa e generosa leitura dos leitores consiga garimpar por aqui algo diferente do muito que já se falou sobre a alma de São Luís do Maranhão.
São Luís do Maranhão, 26 de março de 2013
Antonio Maria Santiago Cabral
De que falam as ruas e avenidas, os sobradões, os azulejos, as escadas das mansões senhoriais, os mirantes, os telhados e as pedras de cantaria de São Luís do Maranhão? Falam de muitas coisas, mas principalmente de lendas, mitos, histórias, heroísmo, santidade, rebeldia, ternura e amor; de arroubos de paixão ou explosões de ódio, sorrisos e lágrimas, ah, tantas coisas, que, para isso, ela sempre teve um forte e grande coração!... Ainda que tenha completado, a 8 de setembro de 2012, quatrocentos anos de fundação, São Luís do Maranhão, com o seu conjunto de epítetos – Ilha do Amor, Atenas Brasileira e Ilha Rebelde – sempre pontificará como um indelével tema para uma permanente crônica de amor pela terra que nos gerou ou adotou.
E, dentro de mim, um tempo de São Luís do Maranhão mudou de endereço quase de repente, pois é quase de repente que a gente envelhece. Então, o tempo da São Luís do Maranhão da minha infância, da minha juventude e do início da maturidade agora já mora na minha saudade. Neste Itinerário, que compartilho com os meus leitores, vou buscar as lembranças de mim, em São Luís do Maranhão, desde a década de 40 e arquivadas na minha memória de ludovicense nato. São lembranças pessoais, culturais e históricas, estas, fundamentadas, é claro, no meu conhecimento teórico, pesquisa e análise de textos disponíveis sobre o assunto.
Mas, se São Luís do Maranhão já foi interpretada e escrita por tantos historiadores, cronistas e poetas, e lida por uma multidão de leitores - onde me incluo - ávidos por absorver a fascinante aura mística que a reveste, eu me pergunto que fatos novos sobre esse assunto eu poderia apresentar neste livro... Eu diria nenhum, se não soubesse que a pena do coração talvez não seja tão notável quanto a pena da erudição, mas, com certeza, grafa melhor a paisagem comum das nossas vidas, podendo, pois, revelar aos olhos habitados de verdades históricas, insuspeitadas relíquias guardadas no passado trivial das cidades. E eu lhes asseguro que escrevi este livro com a pena do coração!...
Na verdade, durante este Itinerário, eu faço uma revisita emocional à cidade que, um dia, acolheu a minha vida, os meus sonhos e esperanças, esperando sinceramente que a peneira da boa e generosa leitura dos leitores consiga garimpar por aqui algo diferente do muito que já se falou sobre a alma de São Luís do Maranhão.
São Luís do Maranhão, 26 de março de 2013
Antonio Maria Santiago Cabral