QUE SOU EU?

 

Quem de nós já não se fez esta pergunta? Gosto da resposta dada por Descartes, ele afirma que somos uma coisa que pensa. Ai você pergunta: que é uma coisa que pensa? Seguindo a linha de Descartes é uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina também e que sente.  Agora, se você quer se aprofundar sobre o assunto, leia Nietzsche ele contradiz Descartes.   Para Nietzsche, segundo o mestre Luciano Silva, em texto publicado, essas afirmações são completamente falaciosas, pois Descartes não conseguiu por em prática a intenção de duvidar de toda a realidade. Ora, esse é o problema, afirma Nietzsche, pois se de fato tudo foi posto em dúvida, como entender a expressão “eu penso,” é de se imaginar que Descartes esqueceu de colocar em dúvida a capacidade de pensar. É como se, através do pensamento, toda a realidade fosse colocada em dúvida, menos o que se concebe como pensamento. Explica o professor Luciano, que para Nietzsche, só na sentença “Eu penso” existe uma série de dificuldades que não foram levadas em consideração, o que de imediato anula a possibilidade do cogito ser considerado como o primeiro princípio do conhecimento humano. Outro filósofo entra nesta história, é o francês Michel Foucault, quando analisa  um aforismo de Nietzsche, que diz: “Em algum ponto perdido deste universo, cujo clarão se estende a inúmeros sistemas solares, houve uma vez, um astro sobre o qual animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o instante da maior mentira e da suprema arrogância da história universal”. Sugere Foucault, que o conhecimento foi inventado,  ele não possui uma origem. Não ter origem significa que ele não está, em absoluto, inscrito na natureza humana. Ele não se constitui como o mais antigo instinto do homem, ou, inversamente, que não há no comportamento humano algo como um registro genético do conhecimento . O conhecimento para Nietzsche seria, assim como as demais criações humanas, simplesmente o resultado de um jogo indeterminado (sem regras e sem dependência de jogadores determinados).
Depois desta complicação toda, vou deixar registrado um pensamento de Nietzsche: “ Meu ensinamento diz: viver de tal modo que tenhas de desejar viver outra vez (...) Quem encontra no esforço o mais alto sentimento, que se esforce; quem encontra no repouso o mais alto sentimento, que repouse; quem encontra em subordinar-se, seguir, obedecer, o mais alto sentimento, que obedeça. Mas que tome consciência do que é que lhe dá o mais alto sentimento, e não receie nenhum meio! Isso vale a eternidade!”  E também agradecer a Luciano Silva, mestre em filosofia pela PUC, autor do texto Que sou eu?: uma questão da Filosofia de Descartes e Nietzsche, que me  serviu de base e apoio  para a escrita deste texto, com transcrição ipsis  literris   de alguns trechos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 09/04/2013
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