A vontade nossa de cada dia nos dai hoje
Hoje aconteceram-me duas coisas muito boas que tive vontade de partilhar com você, amigo. Primeiro, que não queria sair de casa. E isso pode ser bom? Nesse caso, sim. Eu queria ficar para continuar minha leitura, estava na página 38 e queria ler, ler o livro que havia chegado há pouco. Aliás, chegaram dois livros, há outro esperando a vez de ser lido.
Não, não vou me demorar mais a falar os nomes dos livros: o que estou lendo é 'O despertar do tigre', de Peter Levine com Ann Frederick. O segundo livro, que está ainda sobre a cama, doido para ser lido, é 'A semente da vitória', de Nuno Cobra. Há outro, guardado no armário, que vai esperar um bocadinho, e é 'O blackberry de Hamlet', de William Powers.
Aí talvez, se você prestou atenção ao que falava no início, deve estar esperando a segunda coisa, e agora já digo que foram três, porque acabou de acontecer mais uma.
Vamos à segunda coisa boa: eu não queria sair do carro. E isso pode ser bom? Nesse caso também, sim. É que eu ouvia palestras no meu percurso até a academia e de volta pra casa. Palestras de quem? Do saudoso Padre Léo! Ele é _ aqui prefiro falar 'é' porque nas palestras ele está bem vivo _ muito inteligente, sabido, grande comunicador e pregador às massas. Saí porque cheguei em casa e queria jantar, escrever e ... voltar à leitura.
Agora, você, se ainda me lê, quer saber a terceira coisa. Estava escrevendo, parei para buscar 'O blackberry de Hamlet' para ver o autor e, acabando de ver, deixei o livro cair sobre o controle da televisão e para onde mudou a emissora, providencialmente? Para a bênção do Padre Robson. Deu tempo de abençoar minha água, tomar e voltar mais convicta do que queria contar-lhes.
Talvez você, em seu juízo, esteja a me julgar, mas, para mim, que ainda sinto muito forte a ausência dos meus queridos pais há um tempo que já poderia ser de superação do luto, e luto para administrar estas e outras perdas, é assim que sobrevivo; cada dia é uma luta, há dias em que não escrevo e oro, leio para entender os mistérios desta vida e da travessia que todos um dia faremos. Há dias, penso, que para todos nós, são dias difíceis, densos, outros, amenos, quase suaves como a brisa, por isso a gente aguenta, e buscando as coisas do Alto, só assim, para mim fica melhor. Daqui a pouco volto à leitura, até que chegue mais alguém me solicitando e dando atenção.
Sei que se eu tiver vontade de me levantar para ler, para orar, para escrever, ver pessoas, vontade de falar com alguém, botar ordem nas coisas , estou no caminho certo. Hoje, graças a Deus, estou sentindo isto.