ESCRITOR.
"Scriptora"” eram os locais onde os monges obtinham habilidades através de treinamento para passarem muitas horas fazendo cópias. Faziam as mesmas em couro de ovelha, cabra e vaca, raspados e tirados os “cabelos” restantes com pedra pome. Muitos textos eram raspados para outros serem escritos, por isso alguns, e não poucos, foram achados sobrepostos, como telas em que pinturas foram descobertas abaixo de outras.
Muitas obras célebres de Ovidio, Cícero, Sêneca e Lucrécio e muitos outros foram apagadas para novas obras serem copiadas.
Os monges superiores faziam a determinação. Os copistas apenas copiavam, mal sabiam dos tesouros apagados. Quando encontravam dificuldades por pelos ainda persistentes no couro, dificultando a escrita com pena, colocavam na margem sua revolta anotando,” o pergaminho é cabeludo..de baixa qualidade”, e outros registros .
Devemos a eles a cultura clássica chegada até nós. A grande maioria dos livros eram em forma de rolo até chegar-se ao “códex” do século IV implantado pelos cristãos. Ao papel chegou-se no século XIV.
“Scriptor” era a atividade de copiar sem nada poder aditar aos manuscritos antigos, haviam copistas eruditos, minoria, e os “braçais”, monges em maioria, despreparados e meros copistas.
Já tive o privilégio de ver essas obras que são, algumas, verdadeiros tesouros, adornadas e muitas com pedras de valor incrustadas que custam fortunas e são disputadas em mostras que ocorrem a cada dois anos na Europa.
E o mundo se embasou na escrita que faz passear a educação aos interessados e curiosos, que sabem como é vasta a possibilidade de saber e ficam sabendo que cada vez que se sabe mais vemos que nada sabemos. É a verdade do princípio socrático.
Devemos tudo ao escritor, que conforme as circunstâncias se externa beirando o perigo e o arrependimento de ter escrito. Se olharmos a história veremos os vaticínios superados e os avanços matando muitos nas fogueiras da idade média, pela vanguarda da física e astronomia, ou nas revoluções do pensamento, que fizeram heróis, mártires e tolos.
Como dizia La Bruyère: “A glória ou o mérito de certos homens consiste em escrever bem; a de outros de nada escrever”.