AO AMIGO E MOSQUETEIRO CIRÔ
Novamente o insidioso virus "solitarius abandonus" ataca um membro da nossa comunidade secreta.
Essa perniciosa bactéria, sempre em estado latente, como insistente herpes zooster, põe as manguinhas de fora, logo assim que o nosso ego deixa de ser satisfeito. È, absolutamente, natural!
Já pensei muitas vezes e continuo pensando em assassinar a minha pena , mas meu espírito cristão, aliado ao vício de escrever contraído quando ainda usava calças curtas, têm me livrado desse pecado capital.
Têm razão os demais mosqueteiros e a duquesa Ana, quando tentam demovê-lo da pensada loucura, fruto da nefasta ação daquele virus.
Já disse diversas vezes – e repito – que a leitura e crítica aos trabalhos dos colegas, cada vez mais vai se tornando difícil, mercê da espantosa fecundidade dessa gente; difícil e – se me permitem – cansativa e extenuante, a ponto de embotar nosso raciocínio e influir diretamente na nossa capacidade de criação.
Me auto determinei a publicar um texto por semana, como forma de amenizar o trabalho de comentarista dos colegas e procurar aprimorar a qualidade do meus textos, que é extremamente mais importante. Da mesma forma – e pela mesma razão – passei a comentar, no máximo, 3 textos por dia.
O intento é conter os surtos de inspiração que costumam ocorrer, mas mesmo que eu venha a criar 4 ou 5 textos num dia, guardo-os e vou publicando um a cada semana.
Confesso, amigo, que inúmeras vezes fiquei olhando perdidamente a telinha, no meio de um comentário, sem ter o que dizer; puro cansaço, Cirô !
Com o natural crescimento do nosso círculo, a situação só vem se agravar e, aí, amigão, o tal bichinho toma conta da gente.
Sei que, no fundo, no fundo, o querido mosqueteiro não vai deixar a peteca – ou o florete – cair. Sabe por que? Porque, dentro de nós, cada ataque do malévolo virus desencadeia a produção do anticorpo "vicius insistentis" , que isola o malfadado e o mantém quieto, embora latente.
Note que todos nós da confraria já passamos por isso...e continuamos vivos!
Férias são importantes e eu diria até imperativas; dá tempo para meditar com calma, livre do que pensamos ser quase que uma obrigação, refrigerar a mente, divisar horizontes novos, enfim, RESPIRAR !
Além de tudo, não esqueça de manter polido o florete, guarde a capa e o emplumado e belo chapéu; retire as botas apertadas, vista aquele bermudão e de "top less", encoste numa rede à sombra e recomendo uma moderada ingestão de alcool, pois não há nada melhor para cabeça e corpo, a não ser – evidentemente – caminhar sobre as núvens.
Aquele abraço, companheiro, amigo e SEMPRE mosqueteiro.
(Não deixe de ler os colegas Ciro Fonseca e Ayres Koerig, últimas vítimas do virus em questão)