Receita pra romper sem (des)culpas

- Eu quero que me diga, sem muitas pausas e sem desvios de olhares, porque não combinamos mais. Me diga também o que te falta e o que não te seduz. Me diga pra que todos esses anos perdidos e me diga porque me fez alimentar tantos sonhos.

É assim? Mais ou menos? Bom, pode não ser com essas palavras, mas se aproxima, certo? Ah, onde quero chegar? Claro, me desculpe! Eu quero chegar em você! É! Em você que pôs fim em um relacionamento duradouro.

Pausa!

Duradouro não é sinônimo de suscetível. (Talvez o "x" da questão esteja aí! E a confusão está feita.)

Escuto muito as pessoas falarem, após o término do relacionamento que o mesmo não deu certo. Como pode se ficaram juntos por anos?

Acredito que deram certo nesses anos. Ou não? Estou enganada ou as pessoas agora estão fadadas a viver de máscaras e a empurrar a infelicidade com a barriga, com a falta de tempo cada vez maior e outros tantos blá-blá-blás?

As pessoas dão desculpas para si mesmas e estendem a desculpa do "não combinávamos" ou do "não demos certo" para que o tempo passe mais rápido ou para que as perguntas não se estendam. (Nem sei!)

E é isso mesmo, viu?! DESCULPA! Nada melhor que fugir da verdade. Eu já entendi que dói menos acreditar que você não combinava com quem conviveu por algum tempo do que assumir que o relacionamento de vocês se transformou numa rotina, acompanhada de uma mesmice de discussões, de várias preguiças reunidas e da vontade de um dos dois estar só - ou ambos (a parte difícil é aceitar isso).

(Dói menos ainda do que assumir que o outro lado se apaixonou por outros olhos, por outro cheiro, por outras palavras, por outro sorriso, por outro estilo... Tá bom! Parei!)

E aí vem uma série de aprendizados - até forçados - que nos estrangulam os dias e a alma. Às vezes nem vamos ao enterro. Nem rompemos de fato. Fingimos pra nós e pro espelho que o próximo dia será melhor, que ninguém nunca mais irá trazer mágoa alguma e o que acontece é que forçamos um sorriso após um beijo.

Ou não!!! Percebemos que sem fulano é BEM MELHOR. E tudo começa a andar. Como se o carro estivesse enguiçado ou atolado em uma poça imensa d'água.

Acredito que, se você perguntar pra você, ao invés de perguntar ao outro, o que te falta, seja mais fácil. Se pergunte o que te seduz. O que te completa. O que te traz paz e o que te faz sonhar. Talvez seja mais fácil do que reunir explicações que te fazem ter menos coragem e que até te aborrecem.

E acredito também que seja verdadeiramente bom ficar um tempo com você. Sempre temos algo meio torto, meio fora do lugar, precisando de ajustes. Como uma casa que sempre tem algo a ser feito: você também precisa de faxina. Temos goteiras, parafusos frouxos e mato crescendo no quintal.

Aqui entra a questão do luto e luto, pra mim, não é pra ser elaborado, temos que lidar com ele sim! Mas o mais importante: temos que vivê-lo!

Empurrar com a barriga só se for as horas em um evento chato ou a sexta-feira no trabalho. Viva com você, sorrindo e sem culpas. Desculpas só se a ação não for se repetir.

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 07/04/2013
Reeditado em 07/04/2013
Código do texto: T4227895
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