A Magia do Cinema
 
ROGER EBERT (junho de 1942/abril de 2013)
 
“Sou grato pelo dom da inteligência e pela vida, amor e riso. Não dá para dizer que não foi interessante”.

Para ele, o melhor filme do ano em 1967 foi Bonnie and Clyde. Ano passado escolheu Argo. O filme mais difícil de analisar – O Nascimento de uma Nação (Griffith). Foi o único filme que não reviu por prazer, só necessidade.Fugia dele, porque o tamanho do racismo nele mostrado ofuscava as suas qualidades cinematográficas. Mesmo assim trabalhou sobre ele dissecando-o a fundo.

Morreu nessa quinta feira, em Chicago, o crítico de cinema mais importante dos EUA, quiçá do mundo, Roger Ebert, em conseqüência de um câncer iniciado na tireóide em 2002 e com metástase para diversos órgãos. Perdeu parte do queixo e já não mais falava ou comia. A última metástase atingiu o quadril, ou como escreveu um site português, a anca. Apesar disso nunca deixou de trabalhar. Entre aspas, no início deste texto, uma publicação sua, recente, colocada em seu blog. Um necrológio, escrito por ele mesmo. Um epitáfio.

Conheci Ebert quando comprei um livro seu, em junho de 2006, GRANDES FILMES (The Great Movies II) . Se era o segundo deveria haver um primeiro. E havia:na introdução faz questão de explicar porém que o número dois não era formado por um segundo time. Em nenhum de seus dois livros ele quis listar os melhores filmes, apenas fazer, de cada vez, uma seleção com cem bons filmes. O primeiro volume foi publicado no Brasil com o nome que dá título a este texto: A Magia do Cinema. Ambos os livros têm os filmes relacionados em ordem alfabética. Aliás escreveu mais de quinze livros sobre a sua paixão.

Seguia o conceito do crítico de cinema inglês Derek Malcolm – Um bom filme é aquele que é impossível não querer rever. Não gostava de fazer lista dos melhores filmes, mas de dez em dez anos participava da lista da Revista Sight & Sound. A última lista saiu em 2012 e dela fazem parte
 
1. Aguirre, a cólera dos deuses (Werner Herzog)
2. Apocalypse Now
(Francis Ford Coppola)
3. Cidadão Kane
(Orson Welles)
4. A doce vida (Federico Fellini)
5. A general (Buster Keaton)
6. Touro Indomável (Martin Scorsese)
7. 2001: Uma odisseia no espaço (Stanley Kubrick)
8. Era uma vez em Tóquio (Yasujirō Ozu)
9. A árvore da vida (Terrence Malick)
10. Um corpo que cai (Alfred Hitchcock)

 Não houve praticamente variação da lista de 2002 para a de 2012, Entrou A Árvore da Vida, saiu  Decálogo de K. Kieslowski. Todas essas resenhas podem ser lidas através da busca Google.
Crítico de cinema, professor, roteirista, apresentador de programas de  televisão, jornalista agraciado com o Pulitzer (1975), dono de uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, toda a sua vida foi dedicada ao cinema.

Para Chaz, sua esposa, a dedicatória no livro que tenho. O meu amor por você é imensurável/O meu respeito por você, imenso/Você é imutável, eterna,delicada como a renda/É beleza e elegância.

Obs) clicando no nome dos dez filmes aqui relacionados você pode ver a resenha,