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O Gato de cada um !
 
Esta semana aconteceu um caso e me suscitou escrever este texto, com o titulo que à primeira vista pode ser incompreensível, mas ao final se entenderá o porquê.

Vivemos na vida diária uma correria infinda, e pela manhã abrimos a agenda e vemos inúmeras tarefas para cumprir e ao fim do dia que cumprimos um pequeno percentual delas e, o que é pior, que amanhã já temos outras que remontarão às não feitas hoje.

Esta situação nos aflige, além de outras como o estresse, as questiúnculas familiares, no trabalho, na escola, nas relações pessoais que nos cutucam no dia a dia, especialmente aquelas que não conseguimos nos livrar em razão de simplesmente não querermos.

Aprendo com meu Pai, também Brasilino, que na vida deparamos com muitos problemas e têm os que não conseguimos nos desvencilhar então devemos enfrentá-los, mas dos que podemos fugir, fujamos.

Porém, tristemente a realidade não é assim, pois cultivamos uma série de problemas que são solúveis e podem ser descartados e, no entanto, não fazemos isto e ficamos remoendo, nos afligindo, cutucando, nos causam males, mas mesmo assim insistimos em mantê-los em nossos corações e mentes.

Aqui entra a história que me dá o título.

Em algumas noites da semana passada surgiu em casa um gato que perturbava o sono de toda família, pois miava insistentemente na madrugada. Uma, duas noites foram assim, então me preparei com um chocalho para afugentá-lo, para que ele fosse miar em outra vizinhança, como se diz no popular.

Porém, durante o dia deixei um quartinho que tenho numa edícula, onde teimo em fazer meus trabalhos manuais, com as portas abertas e não percebi que o danado do gatinho tinha ali se aninhado e quando sai fechei a porta e o (chato) mas coitado do gatinho ficou lá dentro.

Chegou a madrugada da terceira noite e não deu outra, foram miados e mais miados do lado dele e eu de outro lado balangando o chocalho e nada do gato parar e nem sair espantado pelo barulho que eu fazia. Desisti e fiquei horas deitado escutando seu miado. Fui vencido pelo cansaço.

Na noite seguinte mesma ladainha, o gato miando de um lado e eu com o chocalho de outro, Fui novamente vencido. Não preciso dizer que nestas noites o chamei diversas vezes de “santo”.

Porém, do dia seguinte logo cedo ouvi um miado e ao me aproximar da porta do “quartinho da bagunça” percebi que o gato estava lá dentro e, portanto, não podia mesmo sair, por estarem a portas e os vitrôs fechados e, por certo, nas noites seguintes continuaria a miar, a perturbar o sono e sossego de todos da casa, mas foi só eu abrir a porta e ele zupt, saiu numa carreira só e pude então, com minha família e por certo vizinhos, dormir sem perturbação. Não voltou mais.

Assim, esta história, que é real, serve também para a nossa vida, pois como disse, em não raras vezes levamos dentro de nós uma série de problemas que nos afligem, agridem, e que poderíamos deles ficar livres com um simples “querer se livrar”, e no entanto, ficamos os remoendo, por longos períodos sofrendo por aquilo que não deveríamos sofrer.

É como se diz: manter o ódio, a raiva no coração em razão daquilo que nos fazem é como nós tomarmos veneno para que aquele que nos fez mal sucumba.

Manter esta situação de remoer aquilo que nos agride, nos faz mal, é fazer o que fiz com o gato, o prendi do quarto, onde ele continuaria a miar e eu de outro, irritado, balangando o chocalho para que ele fosse embora, mas ele não podia ir, pois não tinha a menor possibilidade de sair dali.

Assim é em nossa vida, abramos a porta do “quarto da bagunça” de nossos corações e mentes, como eu abri para que o gatinho saísse num vapt, deixando que estas coisas que nos fazem mal desapareçam de nossas vidas e guardemos neles somente aquilo que nos faz bem, nos alegre, nos dê paz, harmonia e nos façam felizes.

Mandemos o gatinho que está miando dentro de nós para bem longe de nossas vidas.
Brasilino Neto
Enviado por Brasilino Neto em 06/04/2013
Reeditado em 16/08/2014
Código do texto: T4226759
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