QUAL MELHOR MINI TEXTO?

Ser poeta é estar doente! Mas mais do que estar é declarar doença... Publicação é admitir a doença ao povo, escrever o dia todo: UTI.

Nunca produzi palavra alguma na alegria, até porque alegria é pra se gritar, alegria é o viver cantando. Não dá pra esquecer o quanto um sorriso é bom, mas a tristeza... Ela pede pra ficar no papel! Alegria quando é grande ela sai da gente e se espalha nos sortudos em volta. Tristeza não... Tristeza é solitária, anti social, anômica... Suicida - dos outros. Homicida! Ela gosta da solidão e dos tais cantos escuros, ela gosta e atacar um de cada vez! Maquiavélica ou melhor espertinha... Tristeza sabe que vencer um por um é sempre mais fácil.

Mas tristeza é ingênua também... A pobrezinha não entende que ao jogá-la no papel me livro da bendita. O poeta é um doente mas um doente esperto! Sabe que escrever a tristeza é jogar ela fora, ficar novinho em folha... Mas poeta é doente ingênuo... Não sabe que quando termina tudo e lê o resultado, a tristeza volta ao seu coração de novo...

A tristeza sai pelos olhos e volta por eles também, as vezes as mãos com o lápis ajudam a expulsá-la ou até os gemidos da boca... Mas os olhos... Trazem nossa vilã a cabo mole mole... As vezes vem até salgada... Molhada...

E o poeta é esperto? Ingênuo? Doente? O poeta não é nada, o poeta é só tristeza...

Ou

MAR

8

Parabéns, senhoras!

Hoje acordei, graças a Deus, como um homem novamente. Um garoto que vê o mundo como outros, mas que não conhece nada dele, pois não há sabedoria no nosso sexo. Não a encontramos ainda. Quem sabe, um dia, nos esbarramos por aí? Você e eu, sabedoria. Não desanime, um dia hei de a ver.

Isso é algo desanimador, despretensioso. Mas me agrada ter fé ainda em vocês. Isso, vocês. Não compreende? Porém eu sei que quando há de chegar a puberdade, terá histerias e transtornos. Sei que é difícil agradá-la, mas sei que é impossível esquecê-la.

Por isso, hoje é dia 8 de março. É visto que temos esse dia todo ano. Mas não o conhecemos por inteiro ou pela sua integridade, já que ele vem de séculos. Ademais, ele começou no Édem, por uma costela. Ele atravessou gerações e as multiplicou. Difuso ele é pelo mundo todo. Apreciado desde os tempos da Mesopotânia, mesmo que ainda não revelado. Ele nos conta a história de um corpo, coletivo por inteiro, individual por emoções. Um espectro que assombra qualquer preconceito. Um fantasma que venceu épocas de repreensões e hostilidade. Mas as calcou com equidade. Que sofreu lesões corporais e psicológicas, mas que as venceu. Entrou no mercado de trabalho, criou insituições, regeu Estado e contribuiu para o avanço do seu antagônico, o homem. Antagonismo que concebe, quando entrelaçado, as duas melhores coisas do mundo: A criação de um novo ser e o sublime título de mãe. Ela, a coisa mais importante do mundo. Que seduz, mas que ama.

Vejo pois que termino esse extenso comentário com uma paráfrase de Marx: mulheres do mundo inteiro, unam-se! Parabéns, senhoras!

Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 05/04/2013
Código do texto: T4225354
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.