Ribeirinho Atrevido
Aquele ribeirinho do sertão do São Francisco, que conheceu como primeiros instrumentos de trabalho a enxada, a foice, o machado e o facão, tão logo alcançou a maioridade, aos 18 anos, já passou a manipular modernos instrumentos da telecomunicação. Tornou-se radiotelegrafista, na época uma profissão de destaque na Marinha, no Exército, na Aeronáutica e nas empresas de médio e grande portes. Ingressou na CVSF, Comissão do Vale do São Francisco, órgão vinculado à Presidência da República, depois transformado em SUVALE, Superintendência do Vale do São Francisco, Ministério do Interior, e posteriormente CODEVASF, hoje vinculada ao Ministério da Integração. Pela sua atuação, o então ribeirinho só trabalhou em cidades do São Francisco, a exemplo de Petrolândia, Propriá e Penedo. Em decorrência dos avanços da tecnologia, notadamente no setor das telecomunicações, aquela profissão foi extinta. Não teria mais sentido hoje, com o advento da internet. Assim, admitindo a necessidade de acompanhar as mudanças, passou a exercer outra atividade, que o levou a sair da condição de ribeirinho, indo para outras regiões, até chegar ao litoral, mais precisamente à capital alagoana, esta bela cidade, “Paraíso das Águas”, a nossa querida Maceió. E foi aqui que, a partir da contemplação de suas belezas naturais, assim como as suas habituais caminhadas pela orla, ousou escrever o que inicialmente chamou de “besteirol”, mas, com o tempo, foi tendo melhor aceitação.
Quem é esse ribeirinho atrevido?
_ Esse cara sou eu.