Escarafunchando 

Tem gente que diz que não gosta de porco mas adora chafurdar, tem amor a um fundo de poço, (veja se pode!): Se algo no seu focinho for considerado ótimo não se contenta... tem que procurar pelo em ovo até encontrar alguma coisa para que aquilo seja considerado bom, está na cara que é fã do tal do “mas” que pode ser transformada numa das conjunções mais destrutivas que conhecemos: “bonitinha, MAS ordinária!” É isto mesmo, repetindo:

Time 1. Sentença positiva ...MAS, (automaticamente) a sequência negativa

versus

Time 2. Sentença negativa ...MAS, (automaticamente) a sequência positiva

Infelizmente a grande maioria veste a camisa do time um, pois talvez esteja mais (mal) habituado: mais fácil e mais rápido é o "cri-ti-car demolição" aquele que evidencia os pontos fortes e depois finca o pé nos pontos supostamente fracos. 

Com isto, alguém estaria se perguntando se estou sugerindo a inversão da frase de Nelson Rodrigues? Nãooo, nada de “Ordinária, MAS bonitinha”. Aliás, (cá entre nós) o “bonitinha” do referido dramaturgo é um bicho que provoca dor em ambos os lados.

No meio de gente vinda na safra da Nova Era, talvez esteja na hora revisar e demonstrar novas estratégias (fora dos livros), de como utilizar o time número dois sem final tão sarcástico.

O que brocha a vida, não é a incapacidade de dar algum passo para sair do desânimo, o que brocha é notar a inconsciência de certas pessoas em puxar o tapete delas mesmas e neste movimento os que estão ao seu redor fatalmente serão candidatos à cair juntos com elas (sorte eu ter um corrimão e/ou postes imaginários de emergência para me manter em pé) e mesmo assim... sinto muito dó, ao ver um ou outro com o fundilho no chão.

[Rosangela Aliberti, 
Atibaia nov/2012]
Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 05/04/2013
Reeditado em 05/04/2013
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