CULTURA POPULAR... LUTA INGLÓRIA !

CULTURA POPULAR... LUTA INGLÓRIA !

"(...) um dia, na Vida, / vou me

realizar / e, então, irei cantar /

com imenso prazer". (trecho

final de "1 DIA... 1 SÉCULO",

versão livre deste Autor

"O amigo se se rejubila conosco...

(...) O inimigo nos aponta a extensão

da obra que nos compete realizar. O

companheiro nos dá força. O adversário

nos mede a resistência". (trecho de "

Amigos e Inimigos", psicografado por

EMMANUEL)

A proposta de divulgar os artistas populares do bairro Cidade Nova veio a partir da criação do CCCP - Centro Cultural de Capoeira do Pará (1988/92), na capital do Estado. Aqui em Ananindeua, cidade vizinha a Belém, a Capoeira era vista como "folclore baiano" e recusada nas Escolas Públicas do extenso bairro. Até na praça principal (TN) precisamos de um ofício do Prefeito para nossas apresentações semanais, sempre às sextas-feiras, de noite.

Após 2 tentativas em EPs locais, em 1989 -- a Direção de uma delas chegou a recusar uma exposição de fotos de Capoeira, durante a Semana da Cultura do colégio -- sem conseguir despertar o interesse dos moradores, optamos por nos apresentar em Belém. A modesta filmagem (com trechos hoje no You Tube) feita nas dependências do antigo ISEP foi um "ensaio geral" para o evento "AQUARELA DE BELÈM", realizado em 18/nov. 1990 no TWH-Teatro Waldemar Henrique. Não se conseguiu identificar o responsável pelo registro, funcionário do ISEP (agora Faculdade de Medicina/UEPA) atuando na biblioteca. Se apresentam nos videos a dupla meio sertaneja "Cultura Nossa" (com o seresteiro Abiezér Silva, falecido em dez./2005), "Nato" Azevedo com declamação e cordel, as alunas de dança da Academia Oficina do Corpo (da profa Renata Lima, com supervisão de Sònia Lopes) e jovens alunos de Capoeira de 3 ou 4 Grupos da periferia de capital.

http:// www.youtube.com/watch?v=84ZVwA2fWpE

www.youtube.com/watch?v=_295fcejyVk

O show no Teatro/TWH foi um pequeno desastre, devido à greve de ônibus e também à má vontade do diretor da casa (FR) e funcionários. Nos impediu de fazer o evento com entrada franca, estipulou um alto preço para nosso ingresso e, por fim, "sumiu" a renda de 23 dos mais de cem ingressos. Além disso, 4 artistas compromissados não compareceram ao evento. O caso acabou na Delegacia mais próxima!

Em nov,/1991 voltamos com novo show e voltaram os antigos problemas. O mesmo "diretor" cedeu minha data -- reservada por oficio 4 meses antes -- para um jovem músico paraense recém-chegado da França. Na semana do show "ANANINDEUA EM FESTA" ainda não se vendera nenhum ingresso e a SECULT, responsável pelo Teatro, não mexeu 1 dedo a meu favor. Ameacei subir ao palco junto com o "figurão" local... e êle desistiu. Soube depois que mantiveram as portas do teatro fechadas, informando ao público interessado que por motivo de GREVE (outra greve de ônibus, aliás) nosso show fôra cancelado... e nós no palco, se apresentando para 19 pessoas. Só em fins de 1992 ou 93 o tal diretor seria exonerado, saindo algemado do TWH. Hoje é figura das mais respeitáveis nesse "Pará-íso" de cafajestes que é, por vezes, Belém do Grão-Pará.

Mudamos de teatro em abril ou maio de 1992, para realizar o show "AÇÃO ENTRE AMIGOS", agora sem Capoeira... mas os problemas continuaram. No CENTUR exigiram registro no ECAD tanto dos músicos quanto de suas letras/canções. Tive que "abrir firma" dos 3 artistas às pressas num Cartório, para fins de direito autoral das obras deles mesmos, ou seja, descontavam para si mesmos o direito da obra. (Adiante, cancelaram a "exigência", mas era tarde demais!)

Enfrentamos jogo da Seleção e um show GRÁTIS com os 4 nomes maiores da MPP-Música Popular Paraense no TWH, onde nos dissera o diretorzinho não era permitido entrada franca. Na hora do início do show, platéia vazia... fui à bilhetria e encontrei tudo fechado, o público aguardando lá fora! ("Eu não autorizara a venda dos ingressos", desculpou-se o funcionário do teatro.)

Meia hora de atraso, diminuíu-se o tempo total do evento, com iluminação de palco péssima -- eu recusara o sujeito no teatro anterior, por ser um amador sofrível -- camarim sem 1 banco sequer, nem água e, me seguindo onde eu ía, um "argentino" mal-encarado a cobrar a taxa de aluguel da sala de espetáculos.

Em set;/1992 com o modesto show "ADEUS ÀS ILUSÕES" no palco do Min. da Fazenda encerrei minha curta "carreira" de agitador cultural. Funcionário do MF por longo tempo, o violeiro Abiezér Silva acreditava num público expressivo para vê-lo e ouví-lo. Marcamos o show para a hora de saída dos 400 ou mais funcionários, de tardinha... contamos na platéia uns 6 ou 8 amigos pessoais do seresteiro. Desse "calvário" todo sobrou esse modesto "viodeoclip"

www.youtube.com/watch?v=a4oPxyWJbes

produzido pelo esforço e boa-vontade de Mestre "GUARÁ" (hoje "Guaraminfô") na distante França e pela extrema consideração dos irmãos Gerson & Jeft Dias, moradores aqui do bairro.

"NATO" AZEVEDO (poeta e escritor)