A MENTIRA

A Bíblia diz em Provérbios 12:22 “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite”
A mentira é, portanto, um ato, uma atitude abominável aos olhos de Deus, como expresso na Bíblia. E no Alcorão. Contudo, “os líderes muçulmanos ensinam que os muçulmanos devem ser verdadeiros para si, a não ser que o objetivo da mentira seja “suavizar as diferenças“. Então, nem tudo é verdadeiro nos ensinamentos do que professa o Islamismo. E a mentira, como um vírus destruidor, infesta a consciência humana, uns, usando essa “arma” como um instrumento para as “negociatas” profissionais, como exemplo, que podemos dizer oficializado, dentro da Lei, a defesa que faz, esse ou aquele renomado advogado, de um seu cliente que cometeu, comprovadamente, homicídio doloso. Ele vai à tribuna, com eloquência e sagacidade, e diz para os jurados, com “convicção”, que o seu cliente é inocente, mesmo diante de provas, de testemunhos, com laudos periciais, comprobatórios, inseridos em Processo. Mentiu. É a mentira oficializada, sob o olhar “cego” da Justiça. Há, e tantos, os mentirosos compulsivos, aqueles que mentem como que sentissem prazer, julgando, talvez, o seu interlocutor, ou interlocutores, um idiota, uns imbecis. Esse deve ser, na linguagem comum, o mentiroso de “nascença”. Já deve trazer o gene hereditário, ou é aquele que “aprendeu a lição de casa”, na convivência do lar em que se criou, assistindo às enganações do seus genitores, na troca de falsos elogios, cobrindo, em alguns casos, as traições, os adultérios com o pano negro da hipocrisia, da falsidade.
A mentira, se não se enquadra na patologia das doenças transmissíveis, é um mal inerente ao ser humano. Como exemplo, registre-se a negação de Pedro com relação a Jesus, quando alguém o apontou, dizendo: “Este homem também estava com Jesus de Nazaré. E Pedro negou (mentiu) pela segunda vez: Eu nem conheço tal homem... (Mateus 26, 71-72).” Aproveitou-se da mentira, acossado também pelo medo, para se livrar de algum castigo, imposto pelo governo central de Roma, que dominava até a região da Galileia, naquela época, para os seguidores do Cristianismo. E, assim, vem a mentira acontecendo não é de agora. A mentira é uma arma poderosa, tão forte quanto um artefato bélico. A propósito, podia até registrar aqui um fato, hilário, que se deu em minha cidade. Ali viveu um cidadão que mentia por prazer e que risos até causava nas rodinhas em que participava nas esquinas e bares do lugar. Numa das ocasiões, alguém pediu que contasse uma das suas “invencionices”. Ele baixou a cabeça, com o semblante triste. Não estava para brincadeira. A mãe havia morrido e ele estava ali somente para pedir uma ajuda para o enterro da velhinha, sua mãe. O sepultamento seria no final da tarde. Todos contribuíram. Quase todos aqueles seus conhecidos foram ao “enterro” da mãe do mentiroso Jocão, era o seu nome. Mas a decepção não foi outra, quando o encontraram, sorridente e fagueiro na janela de sua residência, justificando-se que aquilo era uma mentira, como bem queriam que contasse naquela manhã em que se encontraram.
“Hoje se alguém me pergunta ‘Posso lhe dizer a verdade?’, digo ‘Não, obrigado’. A mentira é arte da conservação, porque você mente para quem ama, para não feri-la. As pequenas mentiras são grandes carinhos.” Já disse, em alguma ocasião, o cantor e compositor Toquinho. Então, é assim. A mentira é o escudo com que se defendem os criminosos, os adúlteros, os peculatários, incluindo-se políticos, policiais, até magistrados etc. A mentira, enfim, tem que existir, a bem da verdade...!

 
Pablo Calvo
Enviado por Pablo Calvo em 04/04/2013
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